Antigo xerife português condenado a prisão no Massachussets

Antigo xerife português condenado a prisão no Massachussets
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

O juiz considerou provado que António Freitas ajudou o empresário Carlos Rafael a transportar dinheiro para Portugal.

PUBLICIDADE

O antigo vice-xerife do condado de Bristol, Massachusetts, António Freitas, foi condenado por a um ano de prisão, com três anos de pena suspensa, por contrabando de dinheiro.

O juiz de Boston, considerou provado que Freitas, de 47 anos, ajudou o empresário Carlos Rafael a transportar dinheiro para Portugal, dinheiro que seria proveniente de um esquema de venda ilegal de peixe.

Em setembro, Carlos Rafael foi condenado a 46 meses de prisão efetiva, com mais três anos de liberdade condicional, e uma multa de cerca de 170 mil euros.

Licenças de pesca confiscadas

O empresário também terá três das suas embarcações e 34 licenças de pesca confiscadas. As embarcações estão avaliadas em quase 2 milhões de euros.

O imigrante da ilha do Corvo é dono de uma das maiores operações de pesca comercial do noroeste dos EUA, a Carlos Seafood Inc, e aguardava a leitura da sentença em liberdade, depois de ter pago no ano passado uma caução cerca de 930 mil euros.

Agora, terá de se apresentar às autoridades no início de novembro para começar a cumprir pena.

“Codfather” mentiu durante anos às autoridades

Segundo a acusação, o empresário conhecido por ‘codfather’ (um trocadilho com as palavras bacalhau e o título do filme “O Padrinho” em inglês) mentiu durante anos às autoridades sobre as quantidades e espécies de peixe capturadas pela sua frota para contornar quotas de pesca sustentável.

Rafael venderia depois o peixe por “sacos de dinheiro” a um vendedor por atacado de Nova Iorque.

Ainda segundo a acusação, o empresário usava compartimentos falsos para transportar o peixe e usava rótulos errados para evitar as quotas.

A investigação, que envolveu o fisco dos EUA, os serviços de investigação da Guarda Costeira e a Organização Nacional dos Oceanos e Atmosfera, começou depois de Rafael colocar o seu negócio a venda no ano passado.

Crime confessado a agentes à paisana

Quando dois agentes à paisana se fizeram passar por potenciais compradores, o português confessou a sua operação “fora dos cadernos”.

Em janeiro do ano passado, Rafael e a sua contabilista explicaram o passo-a-passo da operação, a que se referiam como “a dança”, durante uma reunião com os falsos compradores.

No encontro, Carlos Rafael afirmou que tinha ganhado cerca de 614 mil euros. Os investigadores acreditam que parte do dinheiro foi desviado para Portugal através do aeroporto de Boston.

Em agosto, James Melo, um capitão do gabinete do xerife do condado de Bristol, em Massachusetts, tornou-se o terceiro luso-americano, foi detido e acusado de contrabando para Portugal dos lucros obtidos por Carlos Rafael no seu esquema de pesca ilegal.

Com Lusa

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Dia de greve nas prisões francesas

Absolvição de polícias acusados de matar homem negro causa revolta nos EUA

Tiroteio mortal, nos EUA: Polícia local fala em motivações raciais, o atirador "odiava os negros"