O jogo que juntou o compositor e o ex-presidente acabou por ganhar significado político quando o Brasil caminha para novas eleições presidenciais em outubro de 2018.
A inauguração do campo Dr. Sócrates Brasileiro, em homenagem ao histórico antigo futebolista do Corinthians, falecido em 2011, acabou por se tornar, simultaneamente, um desfile de celebridades e um ato político.
Pelo relvado da Escola Nacional Florestan Fernandes, no interior do estado de São Paulo, passaram o ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, e o compositor Chico Buarque, que participaram no jogo entre os "Amigos do Chico" e os "Veteranos do MST" (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que terminou com a vitória do primeiro conjunto, por 4-1.
A presença de Lula da Silva chamou mesmo todas as atenções e o antigo presidente, que vai voltar a enfrentar a justiça nos tribunais em janeiro, acabou por marcar um golo na conversão de uma grande penalidade.
Contudo, o momento foi também uma sátira à sua relação com a justiça nos últimos anos. Com efeito, o jornalista Juca Kfouri, que assumiu o papel de árbitro, avisou Lula da Silva que, com o apito inicial, se passaria a chamar 'Juca Moro', em alusão ao juiz Sergio Moro, que condenou o político no processo 'Lava Jato'.
Como Lula da Silva tinha acusado no passado o juiz de perseguição política, o árbitro improvisado deste jogo avisou-o que já começava a partida com uma advertência.
No momento do penálti, Lula começou por falhar e acabou por ter direito a nova oportunidade; desta vez, sem grande oposição, conseguiu mesmo marcar e festejou a tirar a camisola.
O gesto valeu-lhe um cartão vermelho, mas logo de seguida foi readmitido em campo.
Um regresso que Lula da Silva tenta também concretizar com a vontade anunciada de se candidatar novamente à presidência do Brasil nas eleições de outubro de 2018.