Trump não retira os Estados Unidos do acordo nuclear, mas exige que seja alterado. O chefe da diplomacia iraniana responde que o acordo não é renegociável
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na sexta-feira que decidiu prolongar a suspenção de sanções económicas contra o Irão, no âmbito do acordo nuclear com Teerão, acrescentando que o faz pela última vez.
Trump quer dar a Washington e aos aliados europeus a oportunidade de emendar o que considera as "falhas terríveis" do acordo nuclear assinado em 2015 por Barack Obama.
A próxima decisão sobre a suspensão ou não da maioria das sanções em questão deverá ser tomada dentro de 120 dias. Até lá, Trump pretende elaborar com os parceiros europeus um "acordo complementar" que endureça as condições do texto de 2015.
O ministro dos negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, respondeu, via Twitter, que o acordo não é renegociável, acusando Trump de procurar sabotar "um sólido acordo multilateral."
Na quinta-feira, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, reiterou, após um encontro com o seu homólogo iraniano, que o acordo nuclear com o Irão "funciona, torna o mundo mais seguro e impede uma corrida ao armamento nuclear na região."
O acordo do nuclear faz os Estados Unidos parecerem fracos, terá dito Trump em privado, segundo um alto funcionário da administração norte-americana.
Enquanto Trump aprovou a isenção de sanções, o Departamento do Tesouro norte-americano decidiu impor novas sanções específicas contra 14 entidades e cidadãos iranianos que acusa de abusos dos direitos humanos e apoio aos programas de mísseis balísticos de Teerão. A lista inclui o chefe da autoridade judiciária do Irão, o ayatollah Sadegh Larijani.