A juventude social-democrata alemã considera que é tempo do SPD seguir o próprio caminho e promete, por isso, chumbar o acordo de coligação que vai ser sujeito a referendo
O acordo entre conservadores e liberais é o primeiro passo para por fim à crise política na Alemanha. No entanto, para que a coligação possa governar falta, ainda, a luz verde dos militantes do SPD. O resultado do referendo deve ser conhecido na primeira semana de março.
"Penso que o resultado está em aberto. A juventude Social-Democrata vai participar no debate nas próximas três semanas para clarificar o seu ponto de vista. A liderança vai fazer o mesmo e espero que as discussões sejam produtivas e que, no final, a opinião dos 450 mil membros seja tida em conta" refere Kevin Kühnert líder da Juventude Social-Democrata.
O facto de o SPD ter conseguido ficar com seis pastas pode ajudar a convencer os mais céticos dentro do próprio partido. Olaf Scholz, autarca de Hamburgo é, ao que tudo indica, o homem escolhido para dirigir as finanças da maior economia da Europa. Além das finanças, os sociais-democratas terão ficado ainda com as pastas dos Negócios Estrangeiros e do Trabalho. Argumentos de peso, dizem alguns, mas que não convencem todos os analistas.
"Muitos elementos do SPD, sobretudo, os mais jovens sentem-se traídos porque apesar do SPD conseguir estar no Governo mais quatro anos, pode não conseguir ser um partido maioritário durante oito a 12 anos ou, mesmo, nas eleições seguintes" refere Christoph Nguyen, do Instituto Otto Suhr de Ciência Política da Universidade Freie de Berlim.
É a pensar na renovação e na necessidade de contrariar a queda dos sociais-democratas nas sondagens, que se arrasta desde 2005, que a ala jovem do partido promete chumbar o acordo de coligação.