O movimento antisistema foi a formação partidária que teve mais votos isoladamente, enquanto o partido nacionalista tornou-se a força mais votada dentro da coligação de centro-direita.
O Movimento Cinco Estrelas liderado por Luigi di Maio foi o partido mais votado nas eleições legislativas deste domingo em Itália.
Segundo os últimos números conhecidos ao início da madrugada, a formação antisistema conseguiu cerca de 32% dos votos para a Câmara dos Deputados e para o Senado.
O Cinco Estrelas fica apenas atrás da coligação de centro direita, mas deve ser decisivo para definir o futuro governo, como reconheceu o deputado Alessandro di Battista na primeira reação oficial aos resultados.
"Todos vão ter de vir falar connosco. Aliás, e quero dizer isto a todos os cidadãos, esta é a melhor garantia de transparência para o povo italiano, porque todas as outras forças políticas têm de se sentar e conversar com o Movimento, usando os nossos métodos de transparência, correção e credibilidade", declarou.
A outra sensação da noite foi a Liga, de Matteo Salvini. O partido nacionalista foi o mais votado na coligação de centro direita, que junta a Força Itália, de Sílvio Berlusconi, e os Fratelli d'Itália, de Giorgia Meloni, e pode assim dar a Salvini a chance de ser primeiro ministro.
"Aguardamos pelo futuro com grande tranquilidade, serenidade e consciência; sabemos o que temos de fazer. Este é um momento histórico para a Liga, porque nunca tínhamos alcançado estes resultados no passado. Tivemos votos de norte a sul e creio que o desafio de Matteo Salvini foi vencido", afirmou aos jornalistas Giancarlo Georgetti, representante da Liga.
A ascensão da Liga será uma pedra no sapato de Silvio Berlusconi.
O líder da Força Itália perdeu o domínio na coligação e pode deixar de ter o poder de escolher quem é o primeiro ministro para representar esta aliança.
Em sentido inverso, o ato eleitoral ficou aquém das expectativas para o Partido Democrático, de Matteo Renzi. A formação de centro esquerda, que está no poder desde 2013, ficou pouco acima dos 20 por cento e só uma coligação mais alargada poderá evitar a passagem dos democratas à oposição.