Frente Nacional encerra XVI Congresso e quer mudar de nome

O Congresso da Frente Nacional encerrou-se este domingo em Lille com a proposta de alteração do nome do partido político.
Marine Le Pen, a líder eleita pela terceira vez e com quase unanimidade de votos numa eleição onde foi única candidata, anunciou a intenção de trocar Front National por Rassemblement National, aspirando assim a deixar de ser, em português, uma "frente" para passar a ser "reunificação" ou "reagrupamento" nacional.
Um afastamento de uma frente de oposição e uma aproximação a alianças até aqui inéditas.
As novas linhas orientadoras do partido, comunicadas por Le Pen, traduzem-se como "implantar-se, aliar-se, governar."
Contra a globalização e hostil à imigração, Le Pen parece ter em mente uma força europeia nacionalista, tendo já mencionado Matteo Salvini, da italiana Liga, como eventual líder.
"Nós não somos anti-europeístas, somos contra a união europeia, ou seja, contra a organizaçao federal da europa. E digo mesmo que é por sermos europeístas que somos contra a União Europeia", declarou a filha de Jean-Marie Le Pen, fundador do partido. Quanto à imigração, a clareza foi total: "A imigração legal e ilegal já não é suportável. O dinheiro dos franceses deve voltar para os franceses."
Steve Bannon, ex conselheiro de Donald Trump, foi convidado surpresa.
Na intervenção que fez, apelou ao público para que carregasse os epítetos de racista e xenófobos com orgulho, num coletivo que, disse, tem a História do seu lado.
Um público que respondeu com entusiasmo ao ataque feroz contra um governo central a que se opõe há quase 50 anos.