Rafael Marques e Mariano Brás começaram a ser julgados

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Os dois são acusados dos crimes de "injúria e ultraje a órgão de soberania".

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Os jornalistas angolanos Rafael Marques e Mariano Brás começaram a ser julgados esta segunda-feira no processo em que são acusados dos "crimes de injúrias e ultraje a órgão de soberania" no Tribunal Provincial de Luanda.

Marques foi acusado por causa de um artigo publicado em outubro de 2016, no seu portal de investigação jornalística "Maka Angola", em que levanta suspeitas de corrupção contra o então Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa.

Mariano Brás foi também acusado no processo por ter reproduzido o artigo no jornal "O Crime".

No artigo, Rafael Marques denuncia o negócio alegadamente ilícito, realizado pelo ex-PGR de Angola, envolvendo um terreno de três hectares em Porto Amboim, província do Cuanza Sul, para a construção de um condomínio residencial.

O jornalista disse à imprensa, a 5 de março, após um primeiro adiamento do julgamento a pedido da acusação, que vai reafirmar em tribunal "a corrupção do ex-Procurador-Geral da República e provar em tribunal que é corrupto".

"Como é que eu, tendo denunciado um caso de corrupção, sou acusado de cometer crimes contra a segurança do Estado? Isto é um abuso!", considerou Marques.

Na passada terça-feira, instado pela Lusa a comentar o processo, João Maria de Sousa disse que pretende ver em tribunal "até onde chega a coragem" do jornalista Rafael Marques, que o acusou de corrupto.

"Vamos ver até onde é que chega a coragem, até porque uma coisa são as convicções que determinada pessoa tem e outra coisa é a realidade factual e jurídica relacionada com a questão", disse João Maria de Sousa.

Segundo João Maria de Sousa, o caso tem a ver com a sua intenção de adquirir os direitos de superfície de uma determinada parcela de terreno na província do Cuanza Sul, que "enquanto cidadão, como qualquer outro cidadão, tem direito".

João Maria de Sousa questionou a razão de o jornalista "de repente" lhe atribuir o "título de corrupto, pelo facto de ter requerido aquele espaço".

O magistrado afirmou que neste processo está apenas a defender o seu bom nome, a sua honra e dignidade.

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