A proposta foi rejeitada pela maioria dos membros da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ).
Sabendo como os nossos supostamente parceiros britânicos se têm comportado, não podemos contar com a boa vontade deles
Representante da Rússia na OPAQ
A proposta da Rússia de fazer um inquérito conjunto à tentativa de homicídio do ex-espião Serguei Skripal, no Reino Unido, foi rejeitada na reunião da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ). Na reunião de emergência deste organismo, em Haia, os membros derrotaram a proposta russa por 15 votos a seis. Foi a Rússia a pedir esta reunião, já que não foi convidada a fazer parte da investigação independente pedida pelo governo britânico.
"Disseram-nos que só seremos informados sobre os resultados da investigação dos peritos da Organização para a Proibição de Armas Químicas se os britânicos quiserem, mas sabendo como os nossos supostamente parceiros britânicos se têm comportado, não podemos contar com a boa vontade deles", disse Alexander Shulgin, representante permanente da Rússia na OPAQ.
O Reino Unido não hesitou em apontar o dedo ao governo russo pelo envenenamento do antigo espião e da filha, na cidade de Salisbury, com um agente neurotóxico. Moscovo recusou-se a colaborar se o Reino Unido não enviasse amostras do produto encontrado no corpo de Skripal. O braço-de-ferro levou à expulsão de dezenas de diplomatas russos de vários países da NATO e da União Europeia, com o Reino Unido e os Estados Unidos à cabeça, uma medida à qual a Rússia respondeu de forma perfeitamente simétrica.