53 anos de terror da ETA fizeram mais 850 mortos

53 anos de ataques que tingiram a Espanha de sangue. Ao todo, mais de 850 pessoas morreram devido à luta armada da Euskadi Ta Askatasuna, a organização mais conhecida por ETA.
Uma luta pela independência do País Basco que começou em 1958, durante a ditadura do general Franco. Um dos ataques que acabou por ter grande impacto foi o homicídio do então Presidente do Governo espanhol Luis Carrero Blanco, em dezembro de 1973.
Nem a transição para a democracia travou o instinto sanguinário da organização. A década de 80, do século passado, ficou marcada por vários atentados e o ano de 1980 foi mesmo o mais mortífero de todos. 91 pessoas morreram.
Sete anos depois acontece o pior massacre da ETA.
A 19 de Junho de 1987, um carro armadilhado explodiu num centro comercial de Barcelona e matou 21 pessoas. Entre as vítimas estavam mulheres e crianças.
O atentado acabou por unir quase todos os partidos nacionalistas bascos na condenação ao terror provocado pelo grupo separatista.
Ao mesmo tempo, a ETA desenvolveu outros métodos de luta e começou a sequestrar pessoas. Os resgates pagos pelas famílias das vítimas ultrapassaram os 100 milhões de euros e revelaram-se uma importante fonte de financiamento da organização
O mais longo destes raptos foi o de José Ortega Lara. Sequestrado em Janeiro de 1996, só regressou a casa em julho do ano seguinte e com menos 23 quilos.
A libertação de Ortega Lara não acalmou a luta armada da ETA que onze dias depois matou o deputado do Partido Popular, Miguel Angel Blanco, depois de um rapto de 48 horas.
Milhares de espanhóis saíram às ruas a condenar esta morte e a contestar a luta armada dos separatistas bascos. As negociações para um acordo entre a ETA e os vários governos não deram grandes resultados, mas as ações policiais foram mais eficazes.
Dezenas de dirigentes da organização foram detidos e para a história, como última vítima da organização, ficou o sargento da polícia francesa Jean-Serge Nérin, abatido em Março de 2010.
No passado mês de Abril, a ETA emitiu um comunicado onde reconheceu o "dano causado" e pediu perdão às vítimas da luta armada.