O governo italiano prepara-se para fazer um recenseamento da comunidade cigana do país, com o objetivo de expulsar os ilegais. O anúncio foi feito pelo ministro do Interior. Associações humanitárias falam já de tentativa de "limpeza étnica".
Para além dos migrantes, o governo italiano tem agora na mira a comunidade cigana do país. O ministro do Interior, Matteo Salvini, afirmou esta segunda-feira que tenciona fazer o recenseamento dos ciganos em Itália e encerrar todos os acampamentos ilegais desta comunidade.
Numa entrevista à Telelombardia, estação de televisão local que apoia o seu partido, a Lega, Salvini anunciou: "Pedi um relatório sobre a situação dos ciganos para perceber quem são, onde estão e quantos são. No que respeita aos ciganos italianos, infelizmente, teremos que ficar com eles, porque não podemos expulsá-los", acrescentando que os que estiverem em Itália ilegalmente serão deportados com base num acordo com os países de origem.
O ministro diz querer, também, acabar com o que chama as "associações que espreitam o Mediterrâneo à espera de seres humanos para ganharem dinheiro com eles".
"Há navios com bandeiras de Gibraltar, da Espanha, da Alemanha, da Holanda. Não é aceitável que o mundo inteiro recolha migrantes no Mediterrâneo e os deixe em Itália", afirma.
O tom está em todas as declarações do ministro desde que tomou posse, como neste tweet: "Pela primeira vez, um barco com migrantes vindo da Líbia vai acostar num outro país que não a Itália", que escreveu na sequência da rejeição por parte do seu governo de deixar o Aquarius, com 630 migrantes a bordo, entrar num porto italiano.
Várias associações humanitárias falam já de tentativa de limpeza étnica em Itália. A nova política de Roma coloca grandes desafios, não só a Itália, como a toda a Europa.