Mais de 300 migrantes bloqueados no Mediterrâneo

Reféns de um braço-de-ferro europeu, mais de 300 migrantes continuam bloqueados no Mediterrâneo a bordo de duas embarcações. 234 - entre eles quatro crianças e 14 mulheres - encontram-se no navio Lifeline, da organização não-governamental alemã com o mesmo nome, ao largo da costa de Malta.
Receberam a visita de Manuel Sarrazin, do Partido Verde no Parlamento Alemão, e do deputado do PCP no Parlamento Europeu João Pimenta Lopes. A bordo inteiraram-se da situação humanitária.
Outras 113 pessoas estão no cargueiro Alexander Maersk, da empresa dinamarquesa Maersk Line. Encontram-se em águas italianas, perto da ilha de Sicília, à espera de um desfecho positivo como o que aconteceu no Porto de Valência com o Aquarius.
Nem Itália nem Malta autorizam o desembarque de migrantes em portos dos respetivos países.
"Estamos a despender todo o nosso tempo a tentar falar com os que querem ficar a par deste problema que temos em mãos. Esse é o nosso objetivo: fazer com que as pessoas percebam que isto não é sustentável. Que as pessoas que resgatámos têm de ser transportadas de forma segura para terra para receberam a atenção adequada que merecem. Não é uma coisa que possamos assumir e por isso precisamos de resolver numa questão horas e minutos, não dias. Precisamos de resolver agora", sublinhou, em entrevista à Euronews, Palle Laursen, vice-Presidente e diretor técnico da Maersk Line.
O navio dinamarquês Alexander Maersk foi concebido para pouco mais de 20 elementos de tripulação e não dispõe de instalações sanitárias suficientes para dar resposta a mais de cem pessoas a bordo.