O presidente do Conselho italiano reagia assim ao acordo migratório alcançado na Cimeira Europeia.
O presidente do Conselho italiano, Giuseppe Conte, saiu satisfeito da Cimeira Europeia dos 28, que permitiu um acordo para uma política migratória coordenada entre os Estados membros, depois de semanas de tensão por causa da chegada de embarcações com migrantes, resgatados durantes travessias do Mediterrâneo.
O chefe do Executivo italiano, que tinha ameaçado com bloquear as conclusões finais da cimeira caso não fosse tomada uma decisão que garantisse uma Europa mais solidária para com os países na linha da frente da crise dos migrantes e refugiados, disse que "a Itália já não estava sozinha."
"Deste encontro europeu nasce uma Europa mais responsável e mais solidária. No documento final é abordada a responsabilidade partilhada dos resgatados no mar, " explicou Conte.
"Foram negociações longas."
Giuseppe Conte referiu ainda o primeiro artigo do acordo para mostrar como os parceiros europeus tiveram em conta os desejos de Roma. "O artigo um diz o seguinte: Quem entra na Itália, entra na Europa."
Foi por volta das 04:30 da manhã, hora de Bruxelas, que o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, depois de um encontro maratona de 13 horas, oito e meia das quais dedicadas aos migrantes, anunciou o acordo dos 28 relativamente ao dossier mais complexo.
Matteo Salvini cético
Conte lidera um Governo de coligação, formado depois de semanas de negociações, entre os eurocéticos da Liga de Matteo Salvini- nomeado ministro do Interior (Administração Interna) - e os antissistema do Movimento Cinco Estrelas de Luigi di Maio, ministro do Desenvolvimento Económico, particularmente crítico com a política migratória europeia.
Em Roma, Matteo Salvini, homem forte do Governo Conte, mostrou-se crítico com as decisões europeias:
"Não confio nessas palavras. Vamos ver que ações concretas podemos esperar, porque, até agora, falámos apenas de Viva a Europa, Viva a Europa, mas depois, quem paga é a Itália. Vamos ver que princípios, que dinheiro e que recursos estão disponíveis."
O ministro italiano da Administração Interna disse ainda que as Organizações Não Governamentais que ajudam os migrantes no Mediterrâneo não verão Itália a não ser em postais.