Em entrevista exclusiva à Euronews o antigo chefe de Estado disse que a alegação de envolvimento no sequestro do deputado Fernando Balda, em 2012, se trata de uma perseguição política
A viver na Bélgica, o ex-Presidente do Equador, Rafael Correa, foi alvo de uma ordem de prisão preventiva por parte de um tribunal do país sul-americano.
Correa deveria ter comparecido esta segunda-feira perante a justiça, em Quito, por causa do alegado envolvimento no sequestro de um adversário político. Desobedeceu e, em vez disso, rumou ao consulado do Equador em Bruxelas.
Através do Twitter disse que a medida "é um grave atropelo da justiça" e dos seus direitos. Sublinhou que "semelhante monstruosidade jamais prosperará num Estado de Direito como a Bélgica", país natal da mulher.
A juíza Daniella Camacho disse, esta terça-feira, ter alertado a Interpol para conseguir a extradição de Correa, apontado por faltar à chamada para comparecer em tribunal.
Raptado em Bogotá, em 2012, o deputado Fernando Balda alega que o ex-Presidente orquestrou o sequestro. Em rota de colisão com Correa, Balda estava acusado de golpe fracassado contra o então chefe de Estado. Foi depois condenado a um ano de prisão por colocar em risco a segurança do Estado.
Em entrevista exclusiva à Euronews, na Bélgica, onde se encontra desde que abandonou o poder, Rafael Correa mostrou-se tranquilo.
O antigo Presidente do Equador insistiu que não restam dúvidas de que se trata de um caso com motivações políticas.
"O problema não é assim tão sério. Lamento ter de dizer que o Equador voltou a ser considerado uma República das Bananas. Nenhum país sério vai ter em conta um mandado de detenção tão claramente político, ilegal e absurdo, a começar pela Bélgica. Mesmo a Interpol, se analisar bem a situação, terá de recusar o 'alerta vermelho' por se tratar de um caso totalmente político", sublinhou Correa.