Em entrevista à Euronews, cubano Javier Sotomayor recorda o salto de 2,45m em altura e considera sem sentido a proposta da Federação Internacional de Atletismo de apagar todos os recordes feitos antes de 2005.
Já passaram 25 anos desde que o cubano Javier Sotomayor estabeleceu em 2 metros e 45 centímetros o recorde mundial do salto em altura.
De visita a Atenas, cidade onde ganhou a primeira e a última medalha de ouro em provas internacionais, o ex-saltador falou à Euronews e disse que não faz sentido a proposta de apagar todos os recordes feitos antes de 2005.
"Foi uma ideia do Presidente da Federação Internacional de Atletismo mas que não vingou. E creio que fazer isso seria apagar toda a história do atletismo. Não podes retirar um recorde mundial e não retirar também os recordes nacionais de todos os países, porque não vai haver um recorde nacional melhor que um recorde mundial. Seria apagar cem anos de história do atletismo."
Sotomayor é atualmente secretário-geral da Federação Cubana de Atletismo. Um país que, para esta lenda do desporto, não mudou muito depois da morte de Fidel Castro.
"Cuba, depois da morte de Fidel, continua na mesma. Mantemos o legado que nos deixou. Claro que, desde o tempo de Fidel até agora, tem havido algumas mudanças, necessárias e progressivas, para permitir aos cubanos se adaptarem."
Campeão olímpico em Barcelona, em 1992, e vice-campeão em Sidney, no ano 2000, Sotomayor poderia ter ganhado mais medalhas olímpicas não fosse o boicote de Cuba aos Jogos de Los Angeles, em 1984 e de Seul, em 1988.