O relatório elaborado pelo governo britânico conclui que em qualquer cenário a economia britânica vai sofrer uma redução
"A economia, em todos estes cenários, será um pouco mais pequena do que seria se estivéssemos na UE"
Ministro das Finanças, Reino Unido
Um relatório publicado pelo ministério britânico das finanças afirma que o impacto da ausência de acordo com a União Europeia pode custar à economia britânica cerca de 170 mil milhões de euros por ano.
O relatório adianta que o acordo proposto pela primeira-ministra reduz este custo para cerca de 45 mil milhões de euros por ano.
Num cenário baseado no plano anunciado em julho passado, em vez do acordo assinado no domingo, o PIB do Reino Unido seria 2,1% mais baixo nos próximos 15 anos do que se o Reino Unido se mantivesse membro da União Europeia. Se não houver acordo, a economia seria 7,7% menor.
"A economia britânica vai crescer fora da União Europeia e vai continuar a crescer devido às suas forças fundamentais, mas a economia, em todos estes cenários, será um pouco mais pequena do que seria se estivéssemos na União Europeia", disse o ministro das finanças, Philip Hammond.
No Parlamento britânico, a primeira-ministra, Theresa May, continua a defender o acordo firmado com Bruxelas no fim de semana passado.
"O que a análise mostra é que o acordo que negociámos é o melhor acordo para os nossos empregos e a nossa economia e que cumpre os resultados do referendo para o povo britânico e eu acredito em como temos que cumprir o resultado do referendo", defendeu a primeira-ministra, Theresa May.
A oposição não está convencida. O líder trabalhista Jeremy Corbyn afirma que as previsões do governo não fazem sentido.
"As previsões económicas do governo publicadas hoje não fazem sentido porque na realidade não há acordo, apenas uma lista de desejos de 26 páginas. No entanto, o ministro das finanças afirma que o acordo vai deixar as pessoas mais pobres. Será que a primeira-ministra concorda? E onde está o ministro das finanças para nos esclarecer?" criticou o líder da oposição.
Os deputados britânicos vão votar o acordo da primeira-ministra no dia 11 de dezembro.
De momento, nada sugere que venha a ser aprovado. Em caso de rejeição, o país pode enfrentar uma situação de ausência de acordo, eleições gerais ou mesmo um novo referendo.