Argentina condena ex-funcionários da Ford por crimes contra humanidade

Hector Sibilla e Pedro Muller, os dois ex-funcionários da Ford condenados
Hector Sibilla e Pedro Muller, os dois ex-funcionários da Ford condenados Direitos de autor REUTERS/Bernardino Avila
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De  Francisco Marques com reuters
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Hector Sibilla e Pedro Muller terão sido cúmplices do sequestro e tortura de funcionários sindicalistas durante a ditadura militar no país sul-americano

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Dois antigos funcionários da Ford Argentina e um antigo general foram condenados à prisão, esta terça-feira, por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura instalada na Argentina entre 1976 e 1983, após o golpe militar contra Isabel Perón.

Hector Francisco Sibilla, de 91 anos, e Pedro Müller, de 86, foram condenados respetivamente a 12 e a 10 anos, por cumplicidade no sequestro e tortura de 24 funcionários sindicalistas da Ford Argentina.

Os dois antigos funcionários da multinacional foram considerados culpados de terem facilitado ao exército as listas dos trabalhadores e as fichas com todas as informações e fotografias dos proscritos para facilitar a sua captura, e ainda de terem autorizado a existência de um centro clandestino de detenção nas instalações da fábrica.

O antigo general Santiago Riveros foi condenado a 15 anos, por ter dirigido o centro de detenção clandestino situado na fábrica, para onde eram enviadas as vítimas da repressão na região norte de Buenos Aires, onde funciona a produção da Ford Argentina.

Trabalhavam na fábarica da Ford 5000 operários e 2500 funcionrios administrativos. Cerca de uma centena seriam delegados sindicais, dos 24 foram "marcados" por Sibilla e Müller para serem detidos pelos militares.

A leitura da primeira sentença contra uma multinacional na Argentina foi acompanhada no tribunal por vítimas e familiares de vítimas da repressão ocorrida na fábrica da Ford durante a ditadura. As condenações motivaram a celebração da maior parte da plateia.

Devido à idade avançada dops três condenados, as sentenças de prisão vão ser cumpridas no domícilio.

Perante o juiz, Pedro Müller disse ter sempre tentado "trabalhar de forma apolítica" e garantiu estar de "consciência tranquila" por não haver nada de que o possam acusar pela conduta que manteve.

À saída do tribunal, após a sentença, Müller recusou-se a prestar declarações. Hector Sibilla foi perseguido üpor ativistas entoando cânticos antinazismo.

Outras fontes • el País

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