Theresa May enfrenta hoje moção de censura

Theresa May fez declaração pública após ser anunciada moção de censura
Theresa May fez declaração pública após ser anunciada moção de censura Direitos de autor REUTERS/Peter Nicholls
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De  Ricardo FigueiraMarco Lemos com LUSA
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Foi ultrapassada a barreira dos 15% de deputados do partido conservador britânico necessários para contestar a liderança da atual primeira-ministra

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Foi ultrapassada a barreira de 15% de deputados do partido conservador britânico necessária para contestar a liderança de Theresa May. A moção de censura à líder dos conservadores terá lugar esta quarta-feira à tarde.

A votação está prevista decorrer entre as 18:00 e as 20:00 horas, sendo os votos contados "imediatamente depois e um anúncio será feito o mais breve possível".

O presidente da Comissão, Graham Brady, Comissão 1922, que gere o processo de eleições internas do partido Conservador, confirmou por comunicado que foi atingido o número de cartas suficiente para que seja pedida a retirada da confiança à líder.

Para uma moção de censura ser ativada, tinha de ser subscrita por 48 deputados conservadores, equivalente a 15% do grupo parlamentar.

Cabe ao presidente da Comissão confirmar que foi atingido o número de cartas necessário e determinar o dia de uma votação secreta de todo o grupo parlamentar de 315 deputados.

A última vez que um líder conservador foi deposto pelos seus próprios parlamentares foi em 2003, quando Iain Duncan Smith acabou por ser substituído por Michael Howard.

A decisão sobre se o líder, neste caso Theresa May, mantém ou deixou de merecer a confiança dos deputados é ditada quando reúne pelo menos metade dos votos mais um, ou seja 159.

Se May vencer, fica imune durante um ano a nova contestação interna, embora uma vitória por uma margem curta possa fazer com que coloque o lugar à disposição.

Se a líder dos tories perder, é afastada e inicia-se uma corrida para a sucessão, que só pode ter como candidatos deputados eleitos pelo Partido Conservador com o apoio de pelo menos dois colegas.

Os pretendentes são sujeitos a uma série de votos secretos que vão eliminando aqueles menos populares até restarem apenas dois, que são então alvo de um sufrágio geral junto dos militantes do partido.

O processo pode demorar várias semanas, a não ser que um dos dois candidatos finais se retire da corrida, como fez Andrea Leadsom em 2016, deixando o caminho a Theresa May.

Numa declaração à porta do número 10 da Downing Street, prometeu lutar para se manter no poder: "Vou contestar este voto com todas as minhas forças. Sou membro do Partido Conservador há mais de 40 anos. Fui ativista, conselheira, deputada, ministra-sombra, ministra do Interior e agora primeira-ministra. Uma mudança na liderança dos conservadores, neste momento, iria colocar o futuo do país em risco e criar incertezas, numa altura em que não as podemos permitir. O novo líder não estaria no cargo no dia 21 de janeiro... por isso, eleições para a liderança do partido correm o risco de entregar as negociações do Brexit aos deputados da oposição. O novo líder não teria tempo para renegociar um acordo de saída da UE e fazer com que a legislação fosse aprovada pelo parlamento até 21 de março. Por isso, um dos primeiros atos seria alargar, ou acabar com a aplicação do artigo 50", disse May.

A notícia chegou a meio da manhã e obrigou May a adiar uma visita a Dublin, onde iria discutir o tema da fronteira entre as duas Irlandas depois do Brexit.

Na segunda-feira, May decidiu adiar a votação, no parlamento, da proposta de acordo com a União Europeia para o Brexit, já que o chumbo do documento estava garantido. Esta moção de censura segue-se à crescente contestação que esta proposta, e a gestão do processo do Brexit em geral, tem sofrido no seio do partido.

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