Partidos da oposição unidos nas críticas ao documento, aprovado este domingo na Câmara dos deputados
Aprovado com 313 votos a favor, 70 contra e a esquerda a abandonar a sala no momento da votação, o orçamento italiano para 2019 pode respeitar as regras financeiras da União Europeia mas dificilmente convence os partidos da oposição
Unida como nunca, a oposição acusou o governo de Giuseppe Conte de não ter conseguido manter uma posição firme e de ter cedido aos interesses de Bruxelas. Uma cedência motivada pela decisão inédita da Comissão Europeia de chumbar a proposta inicial do orçamento italiano.
O ponto da discórdia era o défice previsto de 2,4% do Produto Interno Bruto. O novo documento reviu os números em baixa e conseguiu baixar a meta do défice para 2,04%, ainda longe do exigido por Bruxelas mas suficiente para merecer luz verde da Comissão Europeia.
O novo orçamento deixou cair os aumentos das pensões e do salário mínimo, o que motivou protestos da Forza Italia. Se em França têm os coletes amarelos, em Itália o partido de Silvio Berlusconi lançou o movimento dos coletes azuis para exigir uma redução da carga fiscal.
A falta de debate em torno dos novos números também foi alvo de duras críticas. O executivo italiano justificou-se com a falta de tempo ditada pela necessidade de aprovar o orçamento antes do fim do ano. Caso isso não acontecesse, o país passaria a ser liderado por um governo de gestão a partir de janeiro.