Líder olímpico do Japão sob acusação de corrupção

Takeda liderou a agora suspeita candidatura de Tóquio2020
Takeda liderou a agora suspeita candidatura de Tóquio2020 Direitos de autor REUTERS/ Eric Gaillard/ Arquivo (2014)
De  Francisco Marques
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A cerca de ano e meio de Tóquio2020, Tsunekazu Takeda é suspeito de ter comprado votos para a escolha da capital nipónica para acolher os Jogos Olímpicos

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O presidente do Comité Olímpico do Japão (COJ), Tsunekazu Takeda, está a ser formalmente acusado em França da prática de corrupção no processo de candidatura de Tóquio à organização dos Jogos Olímpicos de verão de 2020.

A notícia é avançada esta sexta-feira pelo jornal Le Monde e já foi confirmada pelo próprio acusado através de um comunicado difundido pelo COJ.

Takeda diz-se inocente e garante continuar a colaborar com a investigação da justiça francesa.

O artigo do jornal gaulês teve por base a informação de que a 10 de dezembro uma alta personalidade nipónica tinha sido interrogada de forma quase secreta pela justiça francesa.

O Le Monde apurou ter-se tratado de Takeda e que o líder olímpico nipónico tinha sido mesmo acusado formalmente pelo juiz de instrução Renaud Van Ruymbeke.

O magistrado terá concluído haver fortes indícios da prática do crime de corrupção.

Em causa está a alegada compra dos votos de membros africanos do Comité Olímpico Internacional (COI), por cerca de €1,8 milhões, para garantir a escolha de Tóquio como cidade anfitriã dos Jogos Olímpicos de 2020, à frente de Istambul (Turquia) e Madrid (Espanha).

O Le Monde especifica que o montante resulta da soma de dois pagamentos separados autorizados por Takeda a uma empresa de Singapura, a Black Tidings, a qual os procuradores franceses terão conseguido ligar a Papa Massata Diack, um dos filhos do senegalês Lamine Diack.

O senegalês foi presidente, entre 1999 e 2015, da Federação Internacional de Atletismo (IAAF, na sigla original) e também está a sob investigação em França por corrupção.

Takeda garante que os pagamentos autorizados são legítimos e serviram para pagar serviços disponibilizados pela Black Tidings no âmbito de um contrato de consultoria entre a companhia e a candidatura nipónica.

O COJ garante ter igualmente efetuado uma investigação aos pagamentos suspeitos e revela não ter encontrado quaisquer indícios de ilegalidade no processo.

Tsunekazu Takeda, de 71 anos, é bisneto do imperador Meiji, representou o Japão em cinco edições dos Jogos Olímpicos como cavaleiro e treinador da equipa de equitação, lidera o COJ desde 2001 e é visto como a cara de Tóquio2020.

O presidente do COJ é também membro do COI desde 2012, lidera um dos mais importantes painéis financeiros do organismo internacional.

Takeda é também membro da Associação dos Comités Olímpicos Nacionais (ANOC) e do Conselho Olímpico da Ásia, ambos organismos liderados pelo Sheik Ahmad, do Kuwait, também ele um influente membro do COI, do qual se afastou enquanto também aguarda julgamento em Genebra por um processo de fraude alheio ao universo olímpico.

Outras fontes • Le Monde, Japan Times

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