Jean-Claude Juncker foi porta-voz da posição de Bruxelas: "O acordo de saída não vai ser renegociado"
O parlamento europeu foi o palco escolhido para os 27 darem uma resposta clara ao Reino Unido. Conselho e Comissão não deixam margem a Theresa May: o acordo ratificado em novembro passado não será renegociado.
"O Acordo de Saída mantém-se como o melhor e único acordo possível", garantiu o presidente da Comissão Europeia. Para Jean-Claude Juncker, o debate e a votação desta terça-feira na Câmara dos Comuns nada mudou por isso, "o acordo de saída não vai ser renegociado".
Juncker admite que "o voto de ontem aumentou o risco de uma saída desordenada do Reino Unido" e Michel Barnier, o negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, vai mais longe quando assume que a decisão "vai enfraquecer o mercado interno", mas garante que Bruxelas nada vai fazer para "comprometer o futuro da União Europeia."
A presidir aos trabalhos estava a irlandesa Mairead McGuiness, vice-presidente do parlamento europeu. A tensão com os defensores do Brexit foi evidente, com McGuiness a dizer que gostaria de banir a palavra "disparate" do hemiciclo. "É um assunto demasiado sério para brincarmos com ele no Parlamento. Isto não é a Câmara dos Comuns, é o Parlamento Europeu", afirmou.
Mandatada precisamente pela Câmara dos Comuns, Theresa May tem duas semanas para mudar a posição de Bruxelas. A União Europeia questiona as intenções da primeira-ministra britânica e do parlamento.