O Grupo de Contacto Internacional para a Venezuela apelou à entrega da ajuda ao povo venezuelano e à realização de eleições livres.
Os primeiros camiões de ajuda humanitária já chegaram esta quinta-feira à cidade colombiana de Cucuta, junto à fronteira com a Venezuela. Sem luz verde para entrar no país, alimentos e medicamentos ficam no centro de armazenamento instalado naquela cidade, esperando que seja levantado o bloqueio da estrada imposto pelo presidente Nicolás Maduro.
Centenas de venezuelanos que deixaram o país nos últimos anos para rumar à Colômbia protestaram junto à fronteira, exigindo a saída do presidente.
Ao mesmo tempo, a capital do Uruguai, Montevideu, acolheu a primeira reunião do Grupo de Contacto Internacional para a Venezuela, constituído por oito Estados-membros do bloco comunitário (Portugal, Espanha, Itália, França, Alemanha, Reino Unido, Holanda e Suécia) e por cinco nações da América do Sul: Bolívia, Costa Rica, Equador, México e Uruguai.
O grupo apelou à entrega urgente da ajuda humanitária e à realização de eleições livres e decidiu enviar representantes para se reunirem com Maduro e Juan Guaidó, presidente do Parlamento e autoproclamado presidente interino da Venezuela.
A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, disse que é "crucial restaurar a democracia da Venezuela em todas as dimensões, incluindo o estado de direito, a separação de poderes e o respeito pelo mandato das instituições do país, nomeadamente a assembleia nacional".
Mogherini reiterou ainda o "compromisso do grupo de de mobilizar mais assistência em áreas carenciadas", em coordenação com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A declaração do grupo, do qual Portugal faz parte, foi subscrita por praticamente todos os membros, com exceção do México e da Bolívia.
O apelo ao diálogo foi bem recebido por Nicolás Maduro. No entanto, o presidente considerou a entrega de ajuda humanitária um "show".
Já Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino, voltou a defender a entrada da assistência humanitária ao povo venezuelano.