Os dois países têm um longo histórico de polémicas
As cisões entre França e Itália têm sido pontuadas pelo desalinhamento político e em relação a assuntos estratégicos. Como a construção de uma ligação ferroviária de alta velocidade entre as cidades de Turim e Lyon. O assunto divide o executivo italiano de coligação.
Luigi di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas, diz que "não tem futuro." Já o líder da Liga e vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini, está confiante na conclusão do projeto.
As acusações entre os dois países em matéria migratória são outro foco gerador de tensão.
O governo italiano, e Matteo Salvini em particular, acusam França de rejeitar migrantes que chegaram às costas de Itália e que querem rumar a outros Estados-membros. França, por outro lado, alega que Itália quer favorecer a entrada ilegal de migrantes no território. Itália contra-ataca e acusa a polícia francesa de violar as fronteiras para forçar o regresso dos migrantes a Itália.
Os dois países partilham história, trocas e cultura. Estão na base da fundação da União Europeia e "forçados" ao diálogo. Razão pela qual o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, e o presidente francês, Emmanuel Macron, tentam apaziguar as situações.
Os dois executivos têm visões distintas. E em Itália começou a campanha eleitoral rumo às eleições europeias.
Para Emmanuel Macron, o confronto parece ser uma arma de defesa para evitar alianças entre os italianos e os populistas franceses. Tanto mais que na frente doméstica, o presidente gaulês se debate com o movimento dos coletes amarelos.
Polémicas à parte, Paris e Roma partilham interesses económicos e financeiros além da cooperação industrial em setores estratégicos como o naval. Mas também isso se tornou fonte de contenda por causa da construtora naval STX.