Reunião transalpina com Macron só através do chefe do Governo

Emmanuel Macron recusa encontro com Matteo Salvini
Emmanuel Macron recusa encontro com Matteo Salvini Direitos de autor REUTERS/Emmanuel Foudrot/Tony Gentile/Arquivo
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De  Francisco Marques com AFP
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Abertura manifestada pelo Ministro do Interior esbarra no Presidente e Matteo Salvini acaba por endereçar novo convite mas ao homólogo no executivo francês

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A propósito da abertura manifestada pelo ministro do interior italiano Matteo Salvini para uma reunião com o Presidente de França, o porta-voz do Eliseu afirmou esta sexta-feira que encontros com o chefe de Governo têm acontecido "muitas vezes" com o homólogo Giuseppe Conte.

Em entrevista à rádio francesa Europe 1, Benjamin Griveaux criticou a recente postura de confronto dos vice-primeiros ministros italianos, Salvini e Luigi di Maio, e deixou no ar a ideia de que reuniões transalpinas com o mais alto governante de França só com o homólogo italiano.

Griveaux garantiu também que a chamada do embaixador francês em Itália para uma consulta não representa um corte de relações diplomticas permanente, mas uma tomada de posição.

"Durante muitos meses, a França tem sido sujeita a repetidas acusações e ataques sem qualquer fundamento por dois membros do governo italiano, o senhor Di Maio e o senhor Salvini. Houve apelos ao voto contra o Presidente, de apoio ao movimento dos 'coletes amarelos' e para questionar as iniciativas francesas em África. Depois veio a visita do senhor Di Maio a França", apontou Benjamin Griveaux.

O porta-voz do Governo francês defendeu que "quando um ministro de um governo estrangeiro visita a França para se encontrar com os 'coletes amarelos', a decência, a cortesia e a mais básica diplomacia diz que deve prevenir o Governo da visita."

O ministro dos Transportes de Itália tem outra perspetiva do que se passou e justifica a visita de Di Maio, na terça-feira, a um grupo de alegados membros do movimento apartidário francês dos "coletes amarelos" como um direito igual ao da postura política de Macron em Itália.

"O facto de Di Maio e o Movimento Cinco Estrelas, um partido maioritário em Itália, se encontraram com representantes de uma força política de oposição em França não é estranho nem deve colocar qualquer pressão sobre o Governo francês. O partido no poder em França é aliado na Europa de partidos políticos na oposição em Itália", afirmou Danilo Toninelli.

Salvini endereça convite a Castaner

Matteo Salvini enviou entretanto um convite direto para o homólogo francês. O Ministro do Interior italiano pretende debater com Christophe Castaner diversos assuntos em curso relacionados com segurança, terrorismo e imigração.

Já esta sexta-feira, numa coluna do jornal Le Monde, Luigi di Maio voltou a defender a visita efetuada ao "coletes amarelos" em França, acrescentando a mera "vontade de colaborar."

O vice-primeiro ministro italiano e líder do Cinco Estrelas diz sempre ter olhado "para França como a 'estrela polar' dos direitos sociais europeus", mas acusa as "receitas ultraliberais" entretanto aplicadas "por partidos de direita e de esquerda" e que entretanto "tornaram as vidas dos cidadãos mais precárias, reduzindo muito o poder de compra."

Di Maio diz ter ficado "muito marcado" pelo facto de as reivindicações dos "coletes amarelos" já ter "ultrapassado a direita e a esquerda e de terem colocado no centro o cidadão e as suas necessidades numa atitude pós ideológica"

"É por isso que queria conhecer pessoalmente os representantes dos 'coletes amarelos' porque eu não acredito o futuro da política europeia esteja nos partidos de direita ou de esquerda nem nesses partidos que se dizem 'novos', mas são na verdade fruto de uma tradição, de uma história familiar", expressou o líder do Cinco Estrelas.

Outras fontes • Europe1, Le Monde

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