Eurodeputados explicam "arrufo" entre França e Itália
As negociações do vice-primeiro-ministro italiano, Luigi de Maio, com o movimento de contestação popular francês "Coletes Amarelos" levaram o presidente Emmanuel Macron a chamar o seu embaixador em Roma para obter explicações.
Uma reação inédita desde a Segunda Guerra Mundial. Dois eurodeputados falaram à euronews sobre o "arrufo" e têm diferentes diagnósticos da crise.
"A Itália e a França são como duas primas, duas irmãs. Há rivalidades entre a Liga e o Movimento 5 Estrelas. Há várias questões em jogo, mas penso que o meu país fez bem em dizer que chega de provocações ", disse Nathalie Griesbeck, eurodeputada liberal francesa.
O lado italiano aponta a questão do respeito entre iguais.
"Eu diria que é uma briga entre amigos, entre primos, na verdade. Não podemos aceitar a atitude arrogante do governo francês de considerar que pode intimidar um país parceiro", explicou Ignazio Corrao, eurodeputado eurocético italiano.
No discurso no Parlamento Europeu, terça-feira, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disse que o diferendo deve ser resolvido porque os dois países querem reformar a União Europeia.
"A Itália faz parte do projeto europeu e queremos ser protagonistas de uma Europa melhor, quando o esquema de austeridade for substituído por um em que a Europa pensa nos cidadãos", sublinhou Ignazio Corrao.
Algo que Nathalie Griesbeck diz que só pode ser feito pela via do diálogo: "A diplomacia é uma ferramenta para dialogar e manter o respeito mútuo. Serve, também, para construir projetos em conjunto, especialmente a serviço dos cidadãos".