Organizações Não Governamentais lembram que há quatro milhões de crianças que cresceram na Síria sem conhecer nada além da guerra
Na zona das instituições europeias, em Bruxelas, está este desenho feito por uma jovem síria. Um autorretrato que procura lembrar que 4 milhões de crianças cresceram no país sem conhecer nada além da guerra. Rania Malki, da organização Save the Children, espera que a imagem seja incluída na Conferência de doadores para a Síria, que se realiza esta semana, em Bruxelas.
"Temos aqui uma pergunta clara para a comunidade internacional. Pedimos que se comprometa com a recuperação das crianças que sofreram no conflito, que financie os fundos equitativos e apoie países como a Jordânia, Líbano ou Turquia, que abrigam milhões de famílias e também que invista em trabalho humanitário dentro da Síria."
Astrid Nissen é diretora da Cruz Vermelha alemã para o Médio Oriente e Norte de África e faz trabalho humanitário em Beirute, no Líbano. Espera que esta conferência possa esclarecer a situação difícil dos sírios depois de quase 9 anos de guerra.
"A situação é terrível. Ainda é uma das maiores crises no mundo, especialmente uma crise de desalojamento. Temos mais de 6 milhões de pessoas deslocadas na Síria e 5 milhões de pessoas nos países vizinhos. É realmente seguro para eles? Há minas por explodir, falta de acesso a serviços básicos, escolas, saúde, água, as pessoas ainda precisam de tudo isto."
Para as Organizações Não Governamentais, o sucesso desta conferência vai depender se os compromissos e promessas correspondem ou não às necessidades das pessoas no terreno.