Os militares golpistas do Sudão n´ão vão entregar o ex-presidente. O TPI emitiu em 2009 e 2010 mandados internacionais de detenção contra Omar al Bashir.
Os militares que derrubaram o presidente Omar al-Bashir no Sudão já declararam que não entregam o ex-presidente ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
O TPI emitiu dois mandados de detenção contra al Bashir, em 2009 e 2010, por crimes de guerra, crimes contra a Humanidade e genocídio, na região do Darfur.
Em nome do Conselho Militar de Transição, o coronel Omar Zein Abedeen, afirmou: "No que respeita à extradição do presidente, nós, enquanto militares, não o vamos entregar a estrangeiros. Isto, de acordo com os nossos valores e princípios. Alguém que vier a seguir a nós poderá fazê-lo, mas nós não. Estes são os valores e a moral dos sudaneses. Vamos processá-lo, mas não entregá-lo".
Para a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos , Ravina Shamdasani, o Sudão deve cooperar com a justiça internacional: "A nossa posição é muito clara. Nós encorajamos as autoridades do Sudão a cooperarem totalmente com o TPI. Houve uma resolução do Conselho de Segurança da ONU em 2005 a pedir a cooperação e a assistência das autoridades sudanesas ao tribunal, encorajando-as a cumprirem as suas obrigações nessa matéria e, sim, continuamos a encorajar o governo do Sudão a cooperar totalmente com o Tribunal Penal Internacional".
O conflito do Darfur custou a vida a 300 mil pessoas e obrigou 2,5 milhões a deslocarem-se. Os sudaneses não escondem a alegria pela destituição de al Bashir ainda que, para já, pouco ou nada tenha mudado no país.