Os social-democratas venceram por uma unha negra e os populistas estão em alta. Retrato de uma Finlândia dividida.
As legislativas do passado domingo na Finlândia deixaram os sociais-democratas do SPD e os populistas do PS (Partido dos Verdadeiros Finlandeses) quase empatados, num resultado que deixa antever uma fase de negociações complicada para a formação de Governo.
Os finlandeses mostraram-se preocupados com a questão da migração, com os temas ligados à segurança social, reforma e saúde, mas também com o meio ambiente e a mudança climática.
Espera-se que os social-democratas consigam 17,7% dos votos e que os populistas eurocéticos do Partido dos Verdadeiros Finlandeses conseguiram 17,5%.
O Partido do Centro do primeiro- ministro Juha Sipilä (centro-direita), parte da coligação nacional atualmente no Governo, obteve 13,8% dos votos. No seu conjunto, os partidos da coligação recolheram 17% dos votos, menos do que os populistas.
Um longo período de negociações
Foi a primeira vez em quase um século que os chamados partidos tradicionais não conseguiram pelo menos 20% dos votos numas legislativas.
Com um parlamento altamente fragmentado em Helsínquia, espera-se agora um longo período de negociações para a formação de um novo Executivo, já que várias das forças com lugar na assembleia disseram que não tinham a intenção forjar qualquer aliança com o Partido dos Verdadeiros Finlandeses, com marcada vertente eurocética.
Os partidos com mais votos deverão, por outro lado, pôr-se de acordo relativamente a vários temas, como o crescente gasto com os serviços públicos, e a entrada de emigrantes em solo nacional, especialmente a quem chega fora do espaço europeu.
A Finlândia tem o chamado modelo social nórdico, com uma presença forte do Estado em termos de proteção social ao cidadão e goza de um dos mais elevados níveis de vida na União Europeia e no mundo. Um modelo a preservar, diz a esquerda, apesar dos elevados impostos, que, para a direita, estão demasiado elevados.