Ópera "Fausto" de Charles Gounod sobe ao placo em Londres

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Ópera "Fausto" de Charles Gounod sobe ao placo em Londres
De  Andrea Buring
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A versão operática do compositor francês é a mais popular e apreciada.

A ópera "Fausto" de Charles Gounod de 1859 sobe ao placo em Londres numa produção da Royal Opera House.

A célebre obra de Goethe já foi encenada várias vezes, no teatro e na ópera. A versão operática do compositor francês é a mais popular e apreciada. Os figurinos do espetáculo inspiram-se na estética do pintor francês Manet. O baixo barítono Erwin Schrott veste a pele de Mefistófeles.

"Quando era pequeno, comecei a ler as partes musicais da obra e pensei que era impossível cantá-las que ninguém seria capaz de fazê-lo. E continuo a pensar o mesmo, a diferença é que, hoje, tenho mais conhecimentos. Nesta fase da minha vida, continuo a cantar esta peça e a a diverti-me", contou Erwin Schrott.

Erwin Schrott, baixo barítono

"A cada fase, a tonalidade muda. No primeiro ato, ouvimos a juventude frívola. Depois, ouvimos uma música de champanhe no segundo ato, até ao momento em que ele declara amar a mulher. Depois, surge a Marguerite no terceiro ato e temos um longo legato que é muito lindo", afirmou o tenor Michael Fabiano.

"Esta música ajuda muito, porque tem uma coloratura, um canto ligeiro. E devo dizer que ajuda muito descobrir a personagem pouco a pouco. É só preciso abandonar-se ao instinto musical e a personagem surge", afirmou a soprano Irina Lungu que incarna o papel de Marguerite.

Uma narrativa universal

Para seduzir a jovem e inocente Marguerite, o velho Fausto vende à alma ao diabo de modo a poder recuperar a juventude. Escrita no século XIX, a obra de Goethe é uma narrativa universal.

"Enquanto músico, estou sempre a mudar de trabalho, o que pode levar a que não aproveite o momento. O que também acontece com a personagem de Fausto, um homem que viveu a vida mas não gozou o momento. Ele pede para voltar a ser jovem porque quer perceber o que é viver o momento. Sinto empatia em relação a essa dimensão da personagem", sublinhou o tenor Michael Fabiano.

"Quando se chega à última fase da vida, sabendo que vamos deixar este mundo e que há uma festa chamada vida do outro lado da janela. Imagine se nesse momento houver um génio louco que lhe pergunta se gostaria de ter uma segunda oportunidade, como se fosse o início, mas com a experiência e o saber da velhice. Continuo a interrogar-me sobre isso. Penso que nada muda em nós, porque a vida é uma dádiva maravilhosa", disse Erwin Schrott.

A 30 de abril, a obra deverá ser apresentada nas salas de cinema.

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