Na origem das detenções está a operação "mãos limpas" para combater a corrupção no país
Said Bouteflika, o irmão do antigo presidente da Argélia, e dois generais muito próximos da família foram detidos para investigação.
As detenções aconteceram depois de uma denúncia do chefe do Exército, general Ahmed Gaid Salah, o homem que forçou a renúncia do presidente em abril. Segundo a imprensa local, na origem das detenções está a operação "mãos limpas", liderada por Gaid Salah para combater a corrupção no país.
Os três detidos estão a ser investigados também pelas posições que assumiram durante os mais de dois meses de protestos populare.
A euronews falou com Tarik Hafid, jornalista do Le Soir D'Algerie:
"Parece que estas três pessoas foram detidas no âmbito de uma espécie de “conspiração” que foi fomentada contra o Exército e também contra a República, quando tentaram impor outra solução política depois da decisão de Abdelazziz Bouteflika de não se candidatar a um quinto mandato. (...) Sentimos que, atualmente, as decisões estão nas mãos do mais alto nível da hierarquia política. As pessoas e o movimento popular são, de certa forma, um observador mas ainda têm uma palavra a dizer todas as sextas-feiras".
Os protestos contra o regime de Abdelazziz Bouteflika começaram no final de fevereiro e, desde aí, continuam todas as sextas-feiras.
Os manifestantes reivindicam uma transição no país sem interferência de estruturas ou figuras do regime do antigo presidente.