Suécia reabre acusação de violação contra Assange

Julian Assange, à saída de um Tribunal londrino a 1 de maio de 2019
Julian Assange, à saída de um Tribunal londrino a 1 de maio de 2019   -  Direitos de autor  REUTERS/Henry Nicholls
De  Euronews

O Ministério Público sueco anunciou a reabertura do processo, arquivado em 2017 por impossibilidade de fazer um julgamento enquanto Assange estava refugiado na Embaixada do Equador em Londres

A Justiça sueca decidiu voltar a analisar a acusação de violação a Julian Assange. O Ministério Público considera que existem indícios suficientes para reabrir o o processo que remonta a 2010. O caso foi arquivado em 2017 por impossibilidade de fazer um julgamento enquanto o fundador da Wikileaks estava refugiado na Embaixada do Equador em Londres.

A procuradora-adjunta sueca afirma ter tomado a decisão "depois de rever o estado da investigação preliminar", concluindo que "existe causa provável para suspeitar que o senhor Assange cometeu o crime de violação e uma outra ofensa menos grave".

Assange foi preso no mês passado pela polícia britânica e encontra-se a cumprir uma sentença de 50 semanas de prisão por não ter respeitado as medidas de coação. O Ministério público sueco diz que "é possível uma extradição para a Suécia ao abrigo do mandado de captura europeu."

Também os Estados Unidos querem extraditar Julian Assange, pelo alegado crime de conspiração, relacionado com a informação confidencial divulgada pela Wikileaks.

A procuradora-adjunta sueca explica que a transferência para Estocolmo não altera o estatuto do arguido em Londres. "Se o senhor Assange for extraditado para a Suécia, cumprindo um mandado de captura europeu, ele não pode ser extraditado daqui para um país terceiro sem a autorização das autoridades britânicas. Ou seja, seria p reciso cumprir a lei sueca nesta matéria e ter a concordância do Reino Unido. O Brexit não vai, de acordo com a informação disponível, ter impacto em casos que já estão abertos, relacionados com mandados de captura europeus ou mandados internacionais," diz Eva-Marie Persson.

A Suécia espera que Assange possa comparecer em tribunal antes da acusação de violação prescrever, o que acontece em 2020. É a segunda acusação de abuso sexual que enfrenta - a primeira prescreveu em 2015.

Em comunicado, a WikiLeaks declara que a reabertura do caso “dará a Assange a possibilidade de limpar o nome”. A organização aponta no entanto o dedo à Suécia por ter cedido à “pressão política” para reabrir o caso.

Assange foi preso no mês passado pela polícia britânica na embaixada do Equador em Londres, onde se encontrava refugiado desde 2012.

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