Há mais de um mês que todas as sexta-feiras há protestos nas ruas de Tripoli, a capital da Líbia, contra a investida militar liderada por Haftar.
Apesar dos apelos da UE a um cessar-fogo imediato, os combates continuam, na Líbia.
As forças leais ao governo de Fayez Sarraj, apoiado pelas Nações Unidas, continuam a resistir duramente à ofensiva militar lançada pelo marechal Khalifa Haftar para assumir o controlo da capital, Tripoli.
A correspondente da Euronews, Anelise Borges; está em Tripoli e relata a situação no terreno.
"Praticamente todas as sextas-feiras há mais de um mês, centenas de pessoas estão reunidas no centro de Tripoli, unidas num só grito - "devolvam-nos o nosso país". Estes residentes dizem que são os verdadeiros detentores do futuro da Líbia e exigem uma oportunidade para o provar. Estão aqui para protestar contra a campanha militar liderada pelo marechal Khalifa Haftar que, dizem, que transformará este país numa ditadura.
Um homem, afirma: "Estamos a protestar contra o acto de conquista de Trípoli pelo criminoso de guerra chamado Haftar."
Um idoso não se conforma: "Durante quatro anos ele (Khalifa Haftar) destruiu Benghazi, assassinou os nossos revolucionários e atirou-os para o lixo. Ele não vai conseguir fazer isso aqui".
Um grupo de mulheres, exibe um cartaz, dizendo, "acabou-se!" e uma afirma: "Não queremos a morte, não queremos a destruição, queremos que os líbios vivam em paz e prosperidade. Rezamos para que a Líbia se torne assim. Peço a Deus por isso".
Outro homem, rodeado de jovens diz: "Esta é a nova geração e o futuro do país. Eles não deveriam estar a crescer para pegar em armas. O tempo do exército na Líbia terminou. Precisamos de iniciar um Estado civil moderno".
Há mesmo quem não resista a enviar uma mensagem para os líderes mundiais:
"A minha mensagem para o mundo exterior? Não apostem no cavalo errado. Este tipo não presta".
Por enquanto a ofensiva de Haftar parou na periferia da cidade a uns 15 km daqui. Mas este recrudescimento da violência já custou muito aos líbios - mais de 400 pessoas foram mortas e quase 60.000 deslocadas desde 4 de Abril. Sem uma resolução política à vista, é provável que a Líbia mergulhe ainda mais na instabilidade num futuro próximo", conclui Anelise Borges.