Comício antieuropa em cidade dividida por Matteo Salvini

Comício antieuropa em cidade dividida por Matteo Salvini
Direitos de autor عکس از رویترز
Direitos de autor عکس از رویترز
De  Giorgia OrlandiFrancisco Marques com Ansa
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O líder do partido nacionalista Liga fez-se acompanhar por aliados europeus na apresentação da campanha rumo às Europeias, mas uma contramanisfetação fez-se ouvir contra o também ministro do Interior

PUBLICIDADE

O Líder do Liga, partido nacionalista italiano, promoveu este sábado em Milão a campanha para tomar a União Europeia. A Euronews esteve lá e percebeu que nem tudo correu bem para Matteo Salvini na cidade onde tudo começou para ele.

Após meses de trabalho e conversações, o também ministro do Interior italiano apresentou a equipa internacional com a qual espera vencer as eleições europeias.

São onze líderes de diversos partidos nacionalistas europeus, incluindo a francesa Marine Le Pen e o holandês Geert Wielders, que pretendem mudar a Europa para sempre.

Perante uma praça Duomo repleta de apoiantes, Salvini tentou distanciar o peso do termo extremista para a oposição centrista europeia.

"Aqui não há extrema-direita. Aqui, há apenas o senso comum da política. Os extremistas são aqueles que têm liderado a Europa desde há vinte anos em nome da precariedade e da pobreza. No dia 26 de maio, vamos conquistar e mudar esta Europa", afirmou Salvini perante uma plateia eufórica.

Geert Wielders, líder da extrema-direita holandesa, atual segunda maior força política nos países baixos, e Marine Le Pen, líder do partido Reunião Nacional, também estiveram em Milão a apoiar Salvini.

Wilders aproveitou promover as suas políticas anti-Islão e ainda para tirar uma "selfie" com Salvini, tendo o mar azul de apoiantes na praça Duomo como pano de fundo, antes de vir mais tarde para as redes sociais cdelebrar a vitória da Holanda num concurso europeu de canção.

Marine Le Pen tinha falado antes de Salvini e apelou à revolução nacionalista nas urnas europeias, com o italiano depois a aproveitar o comício e a recorrer ao habitual discurso populista para cativar o voto dos mais desiludidos, prometendo baixar os impostos em 15 por cento e colocar um travão à imigração na Europa caso vença as europeias.

Aliados de Salvini nesta cruzada europeia, o húngaro Fidesz, de Viktor Orbán, e o polaco PiS, de Jarosław Kaczyński, não se fizeram representar em Milão. Há ainda algumas divergências a limar, mas a missão comum de atacar o projeto europeu parece firme.

Contramanifestação milanesa

Ao mesmo tempo que Salvini e os aliados europeus marcavam posição na Duomo, Milão era também palco de uma contramanifestação feminista, antifascista, antirracista e anti-Salvini.

A mensagem era clara e incluiu cartazes com as frases "não, ao populismo" e "Milão não é de Salvini."

Residentes milaneses também criticaram o ministro do Interior com faixas colocadas em mais de três mil varandas pela cidade.

Stefano Simonetta foi um desses residentes. À Euronews, explicou ter colocado uma faixa na respetiva varanda "porque chegou o momento de dar a cara e também a fachada das casas para dizer 'já chega'."

"As políticas deste ministro e as atuais forças governamentais não nos representam e é importante que as vozes dissonantes sejam cada vez mais", defendeu este habitante de Milão.

Para a enviada especial da Euronews a Milão, "as faixas exibidas nas varandas contra Matteo Salvini mostram o impacto das políticas do ministro do Interior em Milão".

"Estes são residentes da cidade onde tudo começou para Matteo Salvini. São pessoas normais, algumas delas com quem o ministro tem vindo a falar", conclui Giorgia Orlandi.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Matteo Salvini dispara contra Bruxelas

Salvini diz-se mais "pró-europeu" do que os "pró-europeus"

Eleições europeias dividem governo italiano