O jornalista especialista em Economia que acompanhou as negociações entre as marcas em Paris admitiu à Euronews que a junção entre as empresas poderá não acontecer
A fiat Chrysler tinha feito uma proposta de junção à Renault. A fabricante francesa decidiu recuar e adiou a resposta à oferta da Fiat. A notícia foi comunicada pelo grupo italo-americano, o qual meteu a culpa no governo francês. A Renault veio garantir que o executivo nada tem a ver com decisão e que ainda "há tempo" e condições para discutir.
"Continuamos abertos a qualquer perspectiva de consolidação industrial, mas com a serenidade necessária, sem pressa, para garantir os interesses industriais da Renault e garantir o interesse da França.", admitiu Bruno Le Maire, ministro da Economia e Finanças da França.
Tempo e calma, mas não é isso que diz Paolo Griseri, jornalista italiano, especialista em Economia que acompanhou as negociações entra as marcas, em Paris. Paolo tem uma visão menos esperançosa.
"Uma coisa é certa: a Fca não vai mais sentar-se à mesa com a Renault. A Renault mostrou a necessidade de entrar no mercado americano; a Fca fez um esforço para tentar entrar no mercado asiático - mercado que a empresa não tem e um dos principais problemas do grupo...", admitiu o jornalista em entrevista à Euronews.
"Cada empresa mostrou os seus pontos fracos e, acima de tudo, estamos a ir para um mundo onde a venda de 4 a 5 milhões de carros - como a Renault e a Fca têm - não é suficiente para ter um futuro garantido.", concluiu o especialista.
A fusão fracassada entre a Fiat Chrysler e a Renault afetou os mercados acionários internacionais. Caso aconteça, esta união dá origem ao terceiro maior fabricante de automóveis do mundo.