Angola é um dos atores da transição energética em África

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De  Miguel Jorge Dias
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Angola aposta na produção hidroelétrica e deseja que metade da população tenha acesso à eletricidade em 2022. O Fórum de Energia de África que debate a transição energética decorre até sexta-feira no Centro de Congressos de Lisboa.

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O futuro e a evolução do setor da energia em África discutem-se esta semana. A capital portuguesa acolhe a 21ª edição do Fórum de Energia de África.

A transição das energias fósseis para as energias renováveis é uma prioridade, incluindo para países produtores de petróleo, como é o caso de Angola.

O país encontra-se numa fase de transição energética e a prioridade é a produção de energia hidroelétrica.

"O nosso objetivo é fazer com que a nossa matriz energética seja predominantemente hídrica. Os custos da energia hídrica são inferiores aos da energia térmica. Esse é o caminho. Se queremos, neste momento de crise, rentabilizar a nossa economia temos, com essas ações, de começar a diminuir a produção de energia com recursos fósseis. Temos um plano de ação para o ano 2018/2022, que contempla um milhão de ligações domiciliárias, cerca de 200 mil ligações por ano. Vamos continuar a cumprir esse projeto e acreditamos que, se os recursos financeiros o permitirem, a partir de 2022 já teremos, pelo menos, 50% da população com energia elétrica", disse o secretário de Estado da Energia de Angola, António Belsa da Costa. 

Após ter conseguido funcionar mais de quatro dias consecutivos apenas com energias renováveis, em 2016, Portugal é hoje apontado como um exemplo a seguir.

O Governo português assegurou, esta terça-feira, ter grande disponibilidade para trabalhar com todos os países africanos no desenvolvimento económico e, em especial, do setor energético: "Portugal com os PALOP tem projetos antigos, bem estabelecidos. Estamos a avançar com o COMPACTO para o financiamento que estamos a fazer com os vários países da lusofonia e, portanto, esses projetos existem. Julgamos é que temos um papel a desempenhar, para além dos países de língua oficial portuguesa, com outros países da região. Aliás, Portugal pretende que, quando exercer a presidência da União Europeia, em 2021, o tema da agenda seja, precisamente, as relações entre Europa e África", disse Pedro Siza Vieira, ministro da Energia de Portugal.

Palco para estabelecer parcerias e negócios, o Fórum de Energia de África, em Lisboa, recebeu o lançamento da Ferramenta de Transparência, uma plataforma online que pretende apoiar os produtores independentes de energia, que são a chave para o desenvolvimento das energias renováveis em África. 

"Uma coisa de que o mercado africano se debate é a falta de clareza ou de informação. Assim, ao termos algo como a Ferramenta de Transparência, a nossa esperança é que a clareza adicional torne o mercado, o setor mais atrativo para mais financiadores, mais empreendedores... E por ter essa informação disponível torna mais atraente desenvolver, também, as instituições financeiras. Portanto, o objetivo final é ter mais poder e incentivar mais atores no setor de energia. Então, começa daqui, mas o objetivo final é garantir que haja mais fornecedores", disse Samuel Obbie Banda, da Agência Africana de Seguro Comercial. 

O Fórum de Energia de África decorre até sexta-feira no Centro de Congressos de Lisboa. A organização espera mais de 2500 participantes.

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