Autismo em debate na Bósnia-Herzegovina

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Em abril, um tribunal ordenou a uma escola que aceitasse de volta Slavko Mrsevic, um aluno que tinha sido expulso durante três anos depois de ser conhecido o diagnóstico de autismo

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Os serviços necessários para cuidar das crianças com deficiência, na Bósnia-Herzegovina, geralmente não são adequados. A conclusão é de um estudo divulgado pela UNICEF, em 2018.

Em abril, um tribunal ordenou a uma escola que aceitasse de volta Slavko Mrsevic, um aluno que tinha sido expulso durante três anos, depois de ser conhecido o diagnóstico de autismo.

Jack Parrock, repórter da euronews, foi a Sarajevo conhecer uma família que tem um filho com autismo. Uma família que diz ser rejeitada pelo Estado.

Vedad tem quase seis anos e tem sorte. Tem um trampolim no quarto. Mas ao contrário das outras crianças da sua idade, não vai para a escola em setembro. Porque tem autismo. Os pais esperam há um ano que o sistema de educação garanta o nível de apoio que o o filho precisa

Ferid Ajanović, o pai espera problemas no futuro.

“Os problemas na aprendizagem vão ser frequentes. Porque ele tem um nível de desenvolvimento que não se enquadra numa escola especial nem numa escola normal”.

Neste momento, Vedad passa cinco horas na pré-escola de organizações não-governamentais. Mas na escola primária o Estado irá garantir apenas duas horas por dia.

A comunidade científica acredita que o apoio precoce às crianças com autismo é vital para evitar que sejam institucionalizadas mais tarde.

Aida Ajanović, mãe de Veda, sente que o Estado rejeita as famílias que precisam de cuidados especiais.

“É uma realidade com a qual se vive. Há alguns desafios, mas é o meu filho e eu amo-o, não importa o que aconteça. O país e o sistema são quem nos provoca todas as dores de cabeça e todos os problemas. Como nos sentimos? Eu sinto-me rejeitada".

Na casa de Vedad, todos sabem que podem dar o amor que ele precisa - apenas esperam uma mudança rápida no sistema de educação".

Ferid e Aida juntaram-se a um grupo de pessoas que vivem nas mesmas circunstâncias para pressionar o governo. Os representantes do parlamento regional responsável pela educação concordaram que o sistema tem de mudar.

Nirvarna Pistoljevic, professora na Universidade de Columbia, considera que o governo não tem sido capaz de garantir o apoio à integração precoce de que as crianças precisam.

"Temos cerca de 14 ministérios da educação independentes. Instituir uma grande mudança e uma filosofia diferente de como fazemos a inclusão, educação especial ou educação geral é muito difícil".

A euronews tentou falar com as autoridades regionais da Bósnia. O ministro da Educação tinha acabado de se demitir por causa de outro assunto e ninguém estava disponível para falar.

Mas há esperança. Slavko Mrsevic, o rapaz que luta pelo acesso à escola e que chamou a atenção internacional para a situação, acaba de terminar o ensino secundário.

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