Manifestantes anti-G7 empunharam retratos oficiais do Presidente de França retirados sem autorização de edifícios oficiais nos últimos meses
Baiona foi palco este domingo do terceiro protesto em dois dias contra os sete países mais evoluídos do mundo (G7), reunidos não muito longe, em Biarritz, no sudoeste de França, numa cimeira protegida por um contingente de mais de 13 mil polícias e "gendarmes" (guardas nacionais).
A luta pelo planeta e pela justiça social foi o mote para juntar desta vez centenas de manifestantes, numa marcha promovida por movimentos ecoligistas (ANV COP21, Alternatiba e os bascos Bizi) e marcada pelos muitos retratos do Presidente de França, o principal alvo desta manifestação.
Os retratos, retirados sem autorização durante os últimos meses de diversos edifíciois oficiais, mostravam Emmanuel Macron de cabeça para baixo, refletindo as políticas sem sentido do governo francês, explicaram os manifestantes.
O enviado especial da Euronews para acompanhar os acontecimentos em torno da cimeira do G7, Guillaume Petit, integrou o comboio da manifestação e esteve ao lado de "um dos 128 retratos de Emmanuel Macron retirados sem autorização de câmaras municipais", empunhados este domingo "para denunciar o G7".
A chamada "marcha dos retratos" é um grito de revolta popular contra a alegada passividade ambiental e social do governo liderado por Macron.
"Há anos que temos pessoas totalmente incapazes, que não se dão conta da situação do planeta. O mundo irá continuar a existir sem nós. É a espécie humana que está em perigo por causa destes erros", disse uma manifestante ao nosso jornalista.
Um outro acusou "o senhor Macron": "não está a respeitar os compromissos climáticos e terá de o fazer de uma forma ou outra."
"Estamos todos sobreaquecidos e isto vai acabar por descarrilar", avisou o manifestante, que carregava um quadro vazio - "Simboliza as políticas climáticas do senhor Macron", explicou.
No sábado, realizaram-se duas outras manifestações contra a cimeira de Biarritz.
Numa delas, mais de dez mil pessoas marcharam de forma pacífica entre Hendaia, em França, e Irún, já em Espanha, cerca de 25 quilómetros a sul do local da cimeira.
À noite, em Baiona, 68 pessoas acabaram detidas pela polícia após um protesto não autorizado contra o G7.