Israel vota pela segunda vez em cinco meses

Israel vota pela segunda vez em cinco meses
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De  Maria Barradas

Israel vai de novo a votos para tentar acabar com o impasse político, mas as sondagens dão novo empate entre os partidos: "Likud" e "Azul e Branco".

Os israelitas voltam às urnas esta terça-feira para tentarem sair do impasse político em que o país está mergulhado há cinco meses.

Na véspera do voto, o primeiro-ministro em exercício, Benjamin Netanyahu, realizou um conselho de ministros na Cisjordânia. Um ato de grande simbolismo, logo após ter anunciado que, se continuar a dirigir o país, anexa uma parte do Vale do Jordão.

"Estou orgulhoso de realizar esta reunião especial do governo no Vale do Jordão, não só porque é o portão oriental do Estado de Israel, é o muro de defesa do leste, mas porque o Vale do Jordão, juntamente com os territórios que controlamos, será parte do Estado de Israel e terá o exército israelita aqui para sempre", na abertura da reunião.

Desgastado por uma década de poder e a braços com sucessivas acusações de corrupção, Netanyahu espera o apoio dos colonos para ganhar a eleição, mas terá de enfrentar o general Benny Gantz, líder do partido Azul e Branco que na eleição de abril alcançou o mesmo número de deputados -35 - que o Likud, na Knesset.

Uma vitória do Azul e Branco nesta eleição seria a primeira da esquerda desde os anos 90 em Israel.

Para já, as sondagens mostram um novo empate técnico. Neste cenário, como em abril, o partido ultranacionalista Beitenu, de Avigdor Liberman, pode bem vir a ser a charneira necessária à formação do próximo governo, mas Liberman já disse que só está disposto a unir-se a um governo formado pelos dois maiores partidos. Mas não é linear que, desta vez, o entendimento entre os dois partidos seja possível.

Para Benjamin Netanyahu a eleição será também uma espécie de referendo ao caminho que o país tomou sob a sua direção, nos últimos dez anos. Se voltar a formar governo, será o seu quinto mandato como primeiro-ministro e poderá bater o recorde de longevidade no poder que pertence ainda a David Ben Gourion, que se manteve na chefia do governo durante 13 anos (1948-1963).

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