Contagem dos votos perspetiva empate técnico entre o partido de direita Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e a coligação centrista Azul e Branco, de Benny Gantz
Mantém-se a incerteza em torno do futuro político de Israel. A contagem de votos deste segundo sufrágio legislativo do ano aproxima-se do fim e o equilíbrio é a nota dominante entre os dois partidos mais votados, sem sinais de maioria mesmo com as esperadas coligações.
A formação de um novo Governo em Israel deverá assim passar das urnas para a mesa das negociaçoes entre as diversas forças políticas com representação no Knesset, na tentativa de garantir a maioria para um dos lados, mantendo em aberto inclusive a possibilidade remota de um governo de unidade nacional.
O primeiro-ministro cessante Benjamin Netanyahu não concede a derrota e, no primeiro discurso aos apoiantes do Likud após o fecho das urnas, o nacionalista atacou a comunicação social, apelou ao sionismo e anunciou para breve a apresentação do plano do século pelo "bom amigo" Donald Trump, o Presidente dos Estados Unidos e o mais poderoso aliado internacional.
"Bibi", como é carinhosamente tratado pelos mais próximos, garantiu que, "nos próximos dias", o Likud vai "iniciar negociações" para formar "um forte governo sionista e evitar um perigoso executivo antissionista."
O principal rival de Netanyahu é Benny Gantz, líder do Partido da Resiliência de Israel e da coligação centrista Azul e Branco. O antigo militar atacou durante a campanha as políticas divisivas de Netanyahu e, tal como em abril, voltou a conseguir um forte apoio nas urnas.
Nas declarações aos apoiantes da coligação, Gantz apontou à mudança política em Israel.
"Netanyahu não parece ter tido êxito na sua missão. Nós, por outro lado, provámos que o projeto a que chamamos 'Azul e Branco' , um projeto formado há apenas seis meses, é um enorme sucesso e veio para ficar", afirmou o líder da oposição ao governo cessante.
Netanyahu e Gantz parecem reclamar vitória, mas para isso ambos precisam de alianças para conseguir a maioria do Knesset, o parlamento israelita, e um dos que o poderá permitir é o líder do Yisrael Beitanu, partido da extrema-direita.
Avigdor Liebermann reiterou o apelo de vir a fazer parte de um governo de união nacional, mas sem representação árabe: "Temos apenas uma opção: um governo nacional, liberal e amplo, composto pelo Israel Beitanu, o Likud e o Azuil e Branco."
Esta foi a segunda vez este ano que os israelitas foram chamados às urnas para escolher um novo Governo.
Em abril, o partido mais votado foi o Likud, mas com escassas décimas de vantagem sobre a coligação centrista Azul e Branco.
Agora, o cenário não é diferente e sobre Netanyahu paira ainda um processo judicial em curso por suspeitas de corrupção.