UE fecha porta a dois países, pelo menos até maio de 2020

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De  Isabel Marques da Silva com Lusa
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Três países da União Euuropeia bloquearam a abertura das negociações com a Albânia e a Macedónia do Norte com vista à entrada no bloco, como recomendou a Comissão Europeia e esperava o presidente do Conselho Europeu.

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Depois do sucesso no acordo do Brexit, a cimeira da União Europeia acabou ensombrada por impasses ao nível do debate sobre o futuro orçamento da União Europeia e sobre o alargamento.

Este segundo tema foi repescado na sexta-feira, depois de conversações no dia anterior, mas três países bloquearam a abertura das negociações com a Albânia e a Macedónia do Norte com vista à entrada no bloco, como recomendou a Comissão Europeia e esperava o presidente do Conselho Europeu.

"Hoje gostaria de enviar uma mensagem aos nossos amigos da Macedónia do Norte e da Albânia: por favor, não desistam! Compreendo perfeitamente a vossa frustração, porque fizeram a vossa parte e nós não", disse Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu.

À muito reticente França, juntaram-se a Holanda e a Dinamarca, num bloqueio que exasperou o presidente da Comissão Europeia.

"Este é um erro monumental, de proporções históricas! Espero que seja algo passageiro e que não se enraíze na nossa memória coletiva como um erro histórico", afirmou Jean-Claude Juncker.

Macron quer reformar a UE primeiro

Os líderes comprometem-se a analisar a questão para tentar chegar a consenso até à cimeira de Zagreb, na Croácia, em maio de 2020. A Croácia vai ter a presidência rotativa da União a partir de janeiro e convencer a França será o mais difícil.

"A União não está a funcionar muito bem com 28 países e não me parece que funcionará melhor quando formos 27. Não tenho a certeza que funcionará melhor se alargarmos para 30. Por isso, repito, antes de cada alargamento efetivo - embora agora se tratasse apenas de abrir as negociações -, a União tem de se reformar", disse o presidente Emmanuel Macron.

Tal como o seu homólogo da Macedónia do Norte, o primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, deslocou-se por estes dias a Bruxelas e mostrou-se desiludido com o novo adiamento da promessa.

"Há uma luta interna na União Europeia em diferentes abordagens. E sofremos os potenciais danos colaterais dessa luta interna", explicou Rama à euronews.

Ao contrário do presidente francês, o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, considera que mais um compasso de espera é um erro porque a região dos Balcãs é frágil e que não se devem defraudar legítimas expetativas que foram criadas com as promessas da União.

"Aquilo que estamos a decidir não é se no dia de hoje a Albânia ou a Macedónia do Norte preenchem as condições para amanhã entrarem na UE. O que estamos a discutir é se, de acordo com os critérios que estão definidos e avaliação que foi feita pela comissão, há condições para iniciar as negociações do processo de adesão", disse Costa, recordando que Portugal demorou dez anos a entrar na União depois de ter começado as negociações oficiais.

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