Quatro ministros cristãos maronitas que compõem o governo de Saad Hariri anunciaram a demissão aumentando ainda mais a pressão no "país do cedro".
O primeiro-ministro do Líbano, Saad al-Hariri, aceitou um pacote de reformas da coligação para tentar reerguer a economia e aliviar a contestação.
Um mar de gente voltou a inundar as ruas de Beirute e manteve a pressão popular sobre o governo liderado pelo primeiro-ministro, Saad Hariri.
Numa pouco comum contestação que reúne há quatro dias e reúne os vários setores da sociedade libanesa, os manifestantes exigem melhores condições de vida e a queda do que dizem ser um governo liderado pelas elites.
'Queremos os nossos direitos, queremos viver em dignidade, não há água. Tirámos os nossos filhos dos colégios e colocámo-los nas escolas públicas, Alguns hospitais têm que estar disponíveis, não pode haver quotas", diz uma mulher.
Um idoso diz exigir "o retorno, para o Estado, do dinheiro gasto em excesso. Estes ministros e legisladores deviam estar na prisão. São ladrões, andam a pedinchar muitos aos países em nome do povo libanês e depois põem o dinheiro nos bolsos".
Na sexta-feira, o primeiro-ministro Saad Hariri tinha dado um prazo de 72 horas para que os parceiros de coligação avançassem com propostas de reformas com o objetivo de reerguer a economia e atrair investimento.
Mas os quatro ministros cristãos maronitas que compõem o governo anunciaram a demissão aumentando ainda mais a pressão no país do cedro que ferve em instabilidade.
Se o sunita Hariri abandonar a chefia do governo, será difícil para as diferentes fações libanesas encontrarem um novo executivo, face ao tradicional complicado xadrez político.