Saad al-Hariri não resistiu a duas semanas de protestos sem precedentes que paralisaram o país. A população acusa os governantes de corrupção, incompetência e nepotismo.
Após 13 dias de protestos sem precedentes no Líbano, o primeiro-ministro, Saad al-Hariri, anunciou a demissão do Governo.
Os manifestantes conquistaram o objetivo principal mas o grande alvo é toda a classe política.
O país enfrenta uma crise económica inédita desde a guerra civil de 1975-90.
A população aponta o dedo à corrupção, incompetência e nepotismo dos governantes, que acusam de deixar o país à beira do colapso económico. O Líbano tem atualmente uma das maiores dívidas públicas do mundo, equivalente a mais de 150% do Produto Interno Bruto do país.
Trinta anos após a guerra civil, a população ainda sofre com a falta de água e eletricidade. Mais de um quarto dos libaneses vive abaixo da linha de pobreza e o país está entre os mais corruptos do mundo.
Na televisão, al-Hariri disse que, em resposta aos protestos, ia apresentar a renuncia ao Presidente Michel Aoun.
"Tentei o meu melhor para encontrar uma solução, para ouvir a voz das pessoas e proteger o país dos riscos para a segurança, economia e sociedade. Hoje cheguei a um beco sem saída. Chegou o momento da terapia de choque para lidar com a crise. Vou ao palácio presidencial para apresentar a resignação do meu Governo," anunciou o primeiro-ministro demissionário, Saad al-Hariri.
De recordar que o Líbano está praticamente paralisado há quase duas semanas. Barreiras bloqueiam as principais entradas da capital. Bancos, escolas e universidades estão fechados.