O Estado brasileiro deve arrecadar mais com este leilão que em 20 anos de liberalização do mercado.
O Brasil é palco, esta quarta-feira, daquele que pode ser o maior leilão de explorações petrolíferas da história. O Estado brasileiro vende explorações em quatro áreas de águas profundas, conhecidas como reservas de cessão onerosa. Trata-se de zonas onde há já plataformas desenvolvidas e que produzem petróleo.
Neste momento, a petrolífera estatal brasileira Petrobrás é a única a explorar aqui petróleo. O governo de Brasília quer alargar a concessão a outras empresas, mas a Petrobrás já anunciou que vai entrar no leilão para ganhar, sobretudo no que toca à exploração de Búzios, na zona do Rio de Janeiro. A Petrobrás está a produzir, só em Búzios, 420 mil barris por dia e conta ficar, sozinha ou com parceiros, com pelo menos 30% da exploração.
A americana Exxon-Mobil e a holandesa Royal Dutch Shell estão na corrida, a francesa Total e a britânica BP já anunciaram que não entram.
Entre os detratores deste negócio está a ex-presidente Dilma Rousseff, que disse que esta privatização significa estar a vender o país.
Leilão vale 24 mil milhões
Este leilão deve render aos cofres brasileiros, só em taxas de licenciamento, 106 mil milhões de reais, o equivalente a 24 mil milhões de euros, mais do que foi arrecadado desde que o monopólio estatal de petróleo acabou, há cerca de 20 anos.
Numa altura em que o Brasil está a sofrer uma maré negra no nordeste e sem haver conclusões sobre a origem, o leilão das explorações petrolíferas deu azo a novas manifestações. Junto ao Cristo Redentor e à porta da Agência Nacional do Petróleo, no Rio de Janeiro, os manifestantes pediram um mar livre de explorações petrolíferas. Consideram que algumas das instalações à venda no leilão apresentam um alto risco de acidente.