À procura de refúgio na Grécia

Na Turquia, mais de cem mil pessoas perderam os empregos por alegadas ligações ao clérigo muçulmano Fethullah Gülen, que reside nos EUA e que é acusado do golpe falhado de 15 de julho de 2016.
Para escapar à perseguição, muitos turcos tiveram de optar pelo exílio forçado. A Euronews encontrou algumas dessas pessoas em Salónica, na Grécia, como Ahsen Safiye Tozanoglu, uma antiga professora, que recebe agora ajuda de uma pequena loja, gerida pela rede Gülen.
"Quando estávamos a cruzar a fronteira do rio Evros, entre a Turquia e a Grécia estava muito escuro e tínhamos de carregar a nossa filha. Por isso, perdemos os nossos bens. Quando chegámos a Salónica, não tínhamos nada. Aqui, encontrámos algumas roupas e outras coisas básicas disponíveis para quem precisasse", disse, em entrevista à Euronews, Ahsen Safiye Tozanoglu.
Durante o golpe falhado de 2016, Ahsen e o marido, também professor, disseram aos alunos para se manterem tranquilos. Os dois perderam o emprego e foram julgados.
Na Grécia, Ahsen e a filha Neda passam muito tempo no "Ìrida Women's Center", uma organização não-governamental que apoia mulheres de 35 nacionalidades. O número de cidadãs turcas está a crescer.
Depois da tentativa de golpe, cerca de 77 mil alegados suspeitos terroristas foram presos. Ahsen passou mais de um ano na cadeia e teve de deixar a filha bebé com familiares. Mas há casos piores, como explicou: "Penso que já não existe um sistema judicial independente na Turquia. Na prisão, o mais difícil foi ver uma mulher com um bebé com 30 dias de vida. Algumas mães presas não tinham leite suficiente. O bebé era minúsculo. Não era possível dar-lhe a comida de que precisava."
Ahsen pediu asilo na Alemanha, juntamente com o marido. Enquanto aguarda por uma decisão encontra-se em Salónica, que se converteu um porto seguro para muitos turcos em igualdade de circunstâncias.
A reportagem completa sobre os requerentes de asilo da Turquia pode ser vista em "Unreported Europe", na Euronews.