A dura realidade dos migrantes na Sérvia

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Direitos de autor REUTERS/Marko Djurica/Arquivo
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De  Attila Magyar
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A euronews foi ao encontro de migrantes que tentam, sem sucesso, atravessar para a Europa Ocidental

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Há cada vez mais migrantes bloqueados na Sérvia, na esperança de chegar à Europa Ocidental. Chegaram aqui passando pela Turquia, Grécia, Albânia e Kosovo. Na cidade de Kanjiza, a 15 quilómetros da fronteira com a Hungria, encontram-se cerca de 300 migrantes, que passam o dia no centro da localidade, mas dormem na floresta dos arredores ou na antiga estação de comboios.

Hassan fugiu da guerra na Síria. Tem um passaporte, mas que já se encontra fora de validade. Sonha em chegar à Alemanha, através da Hungria e da Áustria. Apesar da enorme barreira erguida pelas autoridades húngaras na fronteira com a Sérvia, todos os dias tenta a sorte, esperando um dia conseguir passar.

Hassan: "Vou à fronteira húngara e a polícia diz-me para voltar para a Sérvia. Um dia, dois dias... Voltamos a ir à fronteira e a polícia volta a enviar-nos para trás."

Hamed: "Com o nascer do Sol, vou dormir. De noite não durmo, porque faz muito frio."

Hamed vem de Saná, a capital do Iémen. Tem 30 anos e no seu país seria médico. Deixou o Iémen há três semanas e quer chegar à Holanda. Já tentou atravessar pela Roménia e pela Croácia, apenas para passar por más experiências.

Hamed: "A polícia na Roménia, foi um grande problema. Bateram-me e bateram no meu amigo. Um grande problema... Não sei porquê... Na Roménia e na Croácia, a polícia é um grande problema."

Muitos dos migrantes caem na mercê de redes de traficantes sem escrúpulos, que lhes prometem uma porta para a Europa Ocidental que se acaba por revelar um beco sem saída, muitas vezes com um fim trágico.

Robert Lacko, coordenador de migrantes em Kanjiza: "Os migrantes são levados para todos os lados pelos traficantes, que lhes tiram o dinheiro e essas pobres pessoas acreditam neles. Os traficantes dizem-lhes que podem atravessar o rio Tisza. Mas isso é impossível, seja agora, ou durante o Verão. Os migrantes compram, por exemplo, botes de borracha, mas é uma tentativa cruel... Infelizmente, temos visto barcos furados na água... Não temos conhecimento de mortes, mas quem sabe o que acontece nestas águas durante a noite?"

Na semana passada, a Comissão Europeia aprovou uma cooperação entre a Sérvia e a agência europeia Frontex para gerir a imigração e combater o crime nas fronteiras externas da Europa.

Attila Magyar, euronews: "A maioria dos refugiados no lado sérvio da fronteira com a Hungria vive nestas condições. Querem ir para a Europa Ocidental o mais rápido possível, mas isso não é fácil. As autoridades sérvias também querem que eles sigam caminho e os migrantes não recebem alimentos ou alojamento da Sérvia."

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