Atentado na capital da Somália faz dezenas mortos

Pelo menos 92 pessoas morreram e 125 ficaram feridas, este sábado, na sequência da explosão de um carro, às 08:00 locais (05:00 em Lisboa), num posto de controlo de estrada em Mogadíscio, na concorrida interceção que liga a capital somali à localidade de Afgoye.
O número de vítimas é provisório e conservador, sublinhou o médico Yahye Ismail, referindo que apenas tem em conta os mortos nos hospitais Erdogan e Maddina, para onde se insta a população a doar sangue.
“Pediu-se a outros pacientes, familiares e inclusive a médicos, enfermeiras e pessoal do hospital que doem sangue com urgência para ajudar as vítimas. A situação é má”, disse Ismail à agência de notícias EFE.
Entre os mortos há dois engenheiros de nacionalidade turca, que no momento da explosão realizavam obras na estrada que une Mogadíscio a Afgoye, e vários estudantes universitários que se encontravam dentro de um autocarro a atravessar o cruzamento.
Até ao momento, nenhum grupo terrorista reivindicou o ataque, que se está a revelar o mais devastador desde 2017, quando um atentado à bomba matou centenas de pessoas na cidade.
No entanto, o presidente Mohamed Abdullahi Mohamed prontificou-se a acusar da autoria o grupo jihadista al-Shabab.
Mogadíscio sofre frequentemente atentados perpetrados pelo grupo, uma organização terrorista que se filiou em 2012 na rede internacional al-Qaeda e que controla parte do centro e sul da Somália, onde aspira a instaurar um Estado islâmico de cariz wahabi (ultraconservador).
A Somália vive em estado de conflito e caos desde 1991, após a deposição do ditador Mohamed Siad Barré ter lançado o país numa guerra civil.