Um conde francês em Cabo Verde

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De  Ricardo FigueiraLUSA
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Armand Montrond chegou à ilha do Fogo em meados do século XIX. Hoje, centenas de pessoas da ilha usam o mesmo apelido.

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Ilha do Fogo, Cabo Verde: Aqui, há cerca de 150 anos, chegou um estrangeiro. Um nobre francês que mudaria para sempre a história da ilha e é hoje recordado por todos. Armand Montrond fixou residência na aldeia de Chã das Caldeiras, à beira do vulcão. Não é por acaso que Montrond é hoje um dos apelidos mais comuns por estas bandas. O conde teve pelo menos 12 filhos.

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Armand MontrondDR

"Durante este percurso e a sua permanência no Fogo, Armand Montrond teve uma prole bastante grande, foi um homem de muitas mulheres e deixou uma descendência grande", explica o historiador Fausto do Rosário.

Hoje, os Montrond da Ilha do Fogo são algumas centenas. Uma família que, apesar de numerosa, se mantém unida e já recebeu a visita dos primos afastados de França: "Somos uma família unida. Primos, irmãos, tias, tios, avós, netos, somos muitos, mas somos unidos", diz Ramiro Montrond, bisneto do nobre francês.

Fausto do Rosário conta-nos mais sobre esta personagem: "Era engenheiro militar com alguns conhecimentos de medicina, que utilizou não só para benefício da população, como para propor ao governo da província da altura a construção de estradas, a correção de terras, etc. Era um indivíduo com uma formação acima da média, com posses também acima da média e que, de uma forma surpreendente, escolhe um lugar inóspito e quase afastado de tudo quanto era civilização nessa altura para viver".

Alguns descendentes de Armand Montrond tornaram-se ilustres. Nho Djonzinho Montrond foi um dos músicos mais conhecidos da ilha. Chegou a atuar em França, onde conheceu a costela europeia da família.

Nho Djonzinho (1932-2016)
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