Aumentam as condenações à denuncia contra Glenn Greenwald

Multiplicam-se as condenações à denuncia apresentada pelo Ministério Publico Federal brasileiro contra o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, cofundador do site "The Intercept Brasil".
A Amnistia Internacional considera a denúncia contra o jornalista como "muito grave" e afirma que representa "uma escalada da ameaça à liberdade de imprensa " no Brasil.
Edward Snowden acredita que se trata de uma retaliação inacreditavelmente descarada a Greenwald por este "revelar a corrupção extrema nos mais altos níveis do governo Bolsanaro."
O relator especial da ONU sobre liberdade e expressão, David Kaye, disse que vai questionar o Governo brasileiro sobre a situação que "é extremamente preocupante e parece um esforço para intimidar".
Glenn Greenwald considera que a denuncia é uma retaliação do Governo do Presidente Jair Bolsonaro e um ataque à imprensa livre.
É um ataque contra a imprensa livre, obviamente, contra a nossa reportagem, mas também contra a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal que disse que eu não posso ser investigado, muito menos denunciado, pela minha reportagem, porque é uma violação do direito constitucional de uma imprensa livre," afirmou Glenn Greenwald. Jornalista, Cofundador do site "The Intercept".
De recordar que o "The Intercept Brasil" publicou, em 2019, conversas atribuídas ao então juiz federal e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, e procuradores da operação Lava Jato, o que, para a publicação, revelam a parcialidade de Moro.
O site considera que a denúncia contra Glenn Greenwald mostra mais uma vez o Ministério Publico Federal agindo como polícia política para proteger o ministro da Justiça.
A Federação Nacional de Jornalistas do Brasil indicou que Greenwald, cumpriu o "dever profissional" ao publicar os diálogos, por serem informações de "interesse público".
Na mesma linha, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que a denúncia é uma "ameaça à liberdade de imprensa" e que "sem jornalismo livre não há democracia".