Hélder Pitta não precisou se veio a Lisboa pedir diretamente ajuda no caso de Isabel dos Santos
O procurador-geral da Republica de Angola reuniu-se esta quinta-feira em Lisboa com a homóloga portuguesa, Lucia Gago, no âmbito do caso de corrupção que envolve Isabel dos Santos.
O encontro desta tarde terminou sem declarações à imprensa e sem que Hélder Pitta esclarecesse se veio pedir diretamente ajuda na investigação que envolve a filha mais velha do antigo presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
O diretor da Polícia Judiciária portuguesa tinha antes afirmado estar "preparado para responder a qualquer pedido" de investigação que seja feito por Angola através dos canais adequados.
Isabel dos Santos foi constituída arguida por alegada má gestão e desvio de fundos durante a presidência da Sonangol, denuncia feita pelo atual presidente do conselho de administração da petrolífera estatal, Carlos Saturnino.
Entretanto, uma fonte na PSP disse ao jornal Expresso que todos os indícios apontam para um suicídio na morte de Nuno Ribeiro da Cunha, diretor do Eurobic e gestor de contas de Isabel dos Santos. O corpo do gestor, que tinha sido constituído arguido por Angola no mesmo processo, foi encontrado na garagem do apartamento onde residia em Lisboa.
São também arguidos Sarju Raikundalia, ex-administrador financeiro da Sonangol, Mário Leite da Silva, até esta quarta-feira presidente do conselho de administração do Banco de Fomento Angola (BFA) e membro não executivo da administração da NOS, tal como Paula Oliveira, também ela arguida. Estes dois últimos renunciaram aos cargos na empresa portuguesa, tal como o presidente da administração, Jorge de Brito Pereira.
Estes últimos desesenvolvimentos acontecem numa altura em que Angola sobe 19 posições no Índice de Perceção da Corrupção, da Transparência Internacional, relativo a 2019. Curiosamente, o documento destaca as "melhorias significativas" registadas pelo país.