Mike Pompeo em Angola

Mike Pompeo em Angola
Direitos de autor Euronews
Direitos de autor Euronews
De  Neusa Silva
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O Director-geral da norte-americana Chevron diz haver melhorias no ambiente de negócios em Angola, e no acesso a divisas.

PUBLICIDADE

O chefe da diplomacia dos EUA, Mike Pompeo, chega a Luanda este domingo e dá início à sua agenda de trabalho na segunda feira. O ponto mais alto da visita é o encontro com Presidente angolano, João Lourenço.

Consta igualmente da agenda de trabalho do secretário de Estado americano em Angola, uma reunião com o ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto, com operadores económicos e com a classe empresarial.

Em entrevista à Euronews Derek Magness, Director-geral da Unidade Empresarial Estratégica para África austral da Chevron, um dos maiores investidores americanos em Angola, disse que a visita do Secretário de Estado é importante porque o governo nos últimos anos tem estado comprometido em um período de reformas. E com essa agenda é importante que o governo sinta o apoio dos Estados Unidos na busca pela transparência, demonstrando assim que Angola está aberta para os negócios.

Derek Magness é de opinião que o governo angolano tem sido muito favorável a trabalhar com a indústria para compreender as questões em torno das aprovações, para fazer avançar os projetos de investimento e garantir que as coisas sejam transparentes. Para este responsável da Chevron o governo angolano tem vindo a seguir as metas traçadas durante a campanha, havendo já uma melhoria no acesso a divisas, o que tem sido benéfico para ajudar a indústria e para atrair investidores.

Magness afirmou ainda que "O governo, nos últimos anos, tem trabalhado mais de perto com a indústria em vários grupo de trabalho para identificar áreas onde temos oportunidades para melhorar a eficiência e encontrar setores onde não fomos capazes de produzir até aqui, talvez campos marginais, olhar para as estruturas fiscais e tentar encontrar algumas alternativas para fazer avançar o investimento".

Relativamente às reformas efetuadas na indústria do petróleo e gás, Derek Magness, diz que vê de forma muito positiva a clarificação das funções da Sonangol enquanto concessionária:

"Olhamos para isto como uma clarificação, esclarecendo os papéis de cada um. A Sonangol como companhia petrolífera nacional está, agora, livre para avançar e trabalhar no seu investimento, para trabalhar como parceira da indústria, como uma companhia petrolífera internacional, que a Sonangol é. A ANPG está constituída e tem o papel e responsabilidade de trabalhar no setor regulatório e no setor de aprovação. Definindo estas funções, separando-as, e ser muito claro nessas responsabilidades, permitiu à indústria avançar mais rapidamente, fazer as coisas de uma forma muito desafiadora, e certificar-se de que é muito claro quem tem que responsabilidade. Portanto, não foi uma "quebra", foi uma "redefinição", e nós apreciamos a liderança e a previsão do governo para ir em frente e fazê-lo acontecer."

Já o presidente da Câmara de Comércio Angola-EUA (Amcham) é de opinião que o reforço da cooperação entre os dois países deve basear-se na formação, sobre boas práticas e combate à corrupção. Pedro Godinho Domingos diz ser um processo a mudança de mentalidades porque o país está envolvido na corrupção há quase vinte anos. Refere, igualmente, que a comunidade angolana e a sociedade precisam de ser treinadas em relação ao combate à corrupção, processos e regras anticorrupção, e que seria bom contar com as instituições americanas para ajudar neste processo.

A especialista em Finanças Públicas, Dalva Ringote Allen, considera que a visita do chefe da diplomacia dos EUA ocorre num momento particularmente importante, considerando as reformas institucionais implementadas governo Angolano. Questionada sobre se as medidas tomadas pelo executivo já se refletem na melhoria do ambiente de negócios para atrair investimento estrangeiro americano, Dalva Ringote Allen referiu que os "EUA sempre se mostraram reservados quanto ao aprofundamento das relações bilaterais com Angola devido a vários fatores considerados críticos como o alto nível de corrupção no aparelho de Estado, a falta de transparência na gestão pública, a liberdade de imprensa bem como o liberalismo económico.

Todos estes aspetos fazem parte da agenda do presidente João Lourenço e penso que o seu governo está no bom caminho. Portanto, há uma grande expectativa com a visita do secretário de Estado Mike Pompeu, e esperamos que esta vinda abra um novo modelo de cooperação que ultrapasse o setor do petróleo e, estimule a vinda de investidores americanos, que possam contribuir para o alavanque de setores considerados como prioritários para a diversificação da economia angolana, nomeadamente, os transporte, energia, indústria transformadora, agricultura entre outros."

Depois da Alemanha, Coreia do Sul, França e outras potências mundiais demonstrarem um crescente interesse em Angola é a vez da administração Trump marcar a sua posição em relação as reformas em curso no País.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Angolanos na diáspora americana

Alemanha aposta na formação e projetos sustentáveis em Angola

Angola procura ganhar a confiança dos investidores em Davos