É preciso conter a praga de gafanhotos, dizem os peritos

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De  Giorgia Orlandi
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Corno de África, Tazânia e Quénia são alguns dos países afetados por esta praga de insetos

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Os peritos afirmam que é preciso conter a praga de gafanhotos que já passou por vários países africanos. Se não se fizer nada, dizem, a população de insetos pode aumentar 400 vezes na região do Corno de África.

Isto significa que os gafanhotos podem permanecer nas áreas afetadas durante vários anos.

Em alguns países, como é o caso do Quénia, já não se via uma praga como esta há 70 anos.

Mas porquê agora foi a questão colocada ao vice-diretor do Gabinete de Emergências da FAO.

"Essencialmente, os gafanhotos precisam de areia húmida para deitarem os ovos e estas condições foram criadas por três ciclos consecutivos na península arábica, o que é algo excecional. Estará relacionado com as mudanças climáticas? Não posso dizer ao certo. As condições meteorológicas fazem parte das variáveis", afirma Daniele Donati.

Outros países fora da região do Corno de África tais como a Tanzânia e o Uganda foram atingidos pela primeira vez por esta praga. Sudão e Sudão do Sul também, estão em risco.

As nuvens de gafanhotos podem, em alguns casos, comer a mesma quantidade de alimentos do que a população inteira da Alemanha. As consequências para a agricultura e as reservas alimentares podem ser devastadoras.

"Se o preço do leite aumentar, digamos, um euro,... para os cidadãos europeus isso não tem impacto mas um aumento dessa ordem significa uma enorme mudança na vida das populações locais, uma alteração enorme nas despesas familiares. Pode signficar o abandono da terra e não enviar as crianças para a escola", o alto responsável da FAO.

Em algumas áreas o exército foi chamado a intervir para combater a infestação. Mas estamos perante uma corrida contra o tempo. O apelo de 76 milhões de dólares lançado pela FAO para aumentar a pulverização aérea das nuvens de gafanhotos demora a materializar-se

"Devia acontecer mais rapidamente, um dos nossos desafios é estar preparado para um novo ciclo de reprodução no final de março" adianta Donati.

Os Estados Unidos contribuíram com 800 mil dólares para o combate a esta praga e a União Europeia ofereceu auxílio no valor de um milhão de euros.

Nome do jornalista • Joao Duarte Ferreira

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